O POSSEIRO MATIAS WAGNER - Revista CARTUM INTERATIVA nº 191.
Antes da instalação da Colônia Itajahy (Brusque), em 1860, existiam na região, que mais tarde fariam parte de Brusque, alguns poucos moradores. Esses moradores possuíam 4 engenhos. Um deles pertencia a Pedro J. Werner, que vivia no local conhecido por Vicente Só; outro pertencia a Franz Sallenthien, no ribeirão Águas Claras; tinha também o engenho de Paul Kellner, em Pedras Grandes, além de outro engenho na Limeira.
Além desses moradores, viviam nestas terras também os posseiros: Mathias Wagner e Theodoro Dackwardt.
Mas é
sobre Matias Wagner que iremos falar. Ele morava com a família nas terras que
pertenciam à Colônia Itajahy (Brusque) como posseiro, ou seja, ocupou
ilegalmente aquelas terras. Estava instalado no lugar onde se pretendia criar a
sede da colônia e causou incômodos ao diretor da colônia. O Barão escolheu o
lugar para a sede da colônia seguindo a indicação feita pelo Major Alvim. Era
uma área de onde se poderia ter acesso fácil ao rio e seguro em relação às
cheias constantes. Sobre o local, o Barão escreveria: “Entre todas as terras da
colônia banhadas pelo rio Itajaí-Mirim, de Águas Claras para baixo, o único
lugar menos sujeito a inundações menores e frequentes, é sem dúvida aquele que
Matias Wagner ocupa e, por consequência, o melhor para uma povoação, um dia
cidade ...”.
Trecho da carta do Barão:
“... Achei parte
desta pequena planície ocupada pelo intruso Mathias Wagner, casado com família,
constando suas benfeitorias em uma casa tosca, feita de táboas, uma pequena
engenhoca para fazer açúcar, coberta de palha, aberta dos lados, pequenos
cilindros de madeira, sem tachos nem outros utensílios – uma pequena plantação
de cana que colheu – tudo em um pequeno pasto com algumas poucos laranjeiras na
frente da dita casa, aonde ainda mora. “
Como estava na
condição de posseiro, quando da criação da colônia, percebeu as vantagens que
teria se conseguisse ficar onde estava. Um local privilegiado. Seria a área
central da colônia e as terras valeriam mais. Requereu como devolutas as terras
por ele ocupadas. O que lhe foi negado. O Barão propôs uma troca: Matias W.
ficaria com um dos lotes (uma das “colônias”, como eram chamados os lotes) e as
terras que estava ocupando passariam à diretoria. Não aceitou. Requereu o
pagamento das benfeitorias construídas em seu terreno em troca de deixar o
lugar. O valor combinado com o governo foi de 1 conto de réis. Recebeu 100 mil
de adiantamento, e nada mais....
O Barão escreve ao
Presidente da Província e sugere que o valor faltante lhe seja pago e que ele
saia da colônia, pois sua permanência era prejudicial ao empreendimento. Tempos
depois, em 1865, o colono Pedro Jacó Heil comprou a dívida de Matias adquirindo
seus direitos. Matias não foi mais visto por estas bandas. Deve ter ido para
Blumenau, conforme tinha manifestado anteriormente.
Pesquisa: Robson Gallassini (in memoriam)


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