CURIOSIDADES SOBRE OS BAIRROS DE BRUSQUE - Manual do Brusquense.
Veja o Mapa de Brusque, acessando aqui !!!
Brusque é dividido em bairros, tendo 33 reconhecidos, embora apenas 4 com leis de criação específica, sendo eles:
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Demais localidades não regulamentadas por lei:
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1 - Águas Claras /
Nossa comunidade tem uma história pouco conhecida pela maioria dos brusquenses.
O local onde hoje fica nossa comunidade, da margem direita do rio Itajaí-Mirim até Botuverá e Nova Trento, pertenciam a Colônia Príncipe Dom Pedro, que existiu até 1873, quando foi incorporada a Colônia Itajahy. A nova Colônia era formada por colonos vindos principalmente dos Estados Unidos, da Irlanda e da Inglaterra, além de escoceses, franceses, belgas, suíços e espanhóis em menor quantidade, além dos alemães vindos anos antes. No seu auge, contou com mais de 670 imigrantes estabelecidos.
Vinham a procura de ouro e outros metais preciosos. Alguns tiveram sucesso, encontrando grande quantidade onde hoje fica o Ribeirão do Ouro, em Botuverá. Ficaram em terras brusquenses por somente dois anos, a maioria retomando a sua terra natal.
A colônia teve uma vida curta, entretanto, bastante agitada. Quando os colonos americanos chegam ao barracão dos imigrantes em Brusque, um clima de mal-estar pairava no ar. Os alemães aqui já presentes não se sentiam a vontade e muito menos confiavam nesses novos vizinhos.
O próprio Barão de Schneeburg já havia escrito à presidência de Província de Santa Catarina em março de 1867 afirmando: “... tenho de levar ao conhecimento de Vossa Excelência que a maior parte dos colonos irlandeses é gente de péssima conduta, afeitos a embriagar-se e roubar em casas e roças e a todo excesso sem limites. Ameaçando com facas e pistolas, com o fato prova, que se deu no dia 23 de Fevereiro na sede da Colônia, sendo pelos irlandeses atacados os colonos alemães e os brasileiros presentes, dando socos e bordoadas, e só a muito custo se pode reter os agredidos para evitar que corresse sangue. […]”
Esse comportamento inclinado a violência e a bebedeiras não agradava em nada as autoridades locais e aos trabalhadores alemães já instalados. Então, não demorou muito para que esses novos vizinhos fossem convidados e se retirar.
Analisando a história do nosso lugar, podemos compreender perfeitamente como essas brigas e desentendimentos seriam impossíveis de serem evitadas, afinal desembarcaram na Colônia Príncipe Dom Pedro imigrantes provenientes dos Estados Unidos, Irlanda, Escócia, França, Bélgica, Holanda, Suíça, Itália, Alemanha, Espanha, Portugal, Canadá, Áustria, Noruega e Dinamarca. Ao imaginar toda essa gente vivendo em uma mesma colônia, entendemos a dificuldade de comunicação e de convivência.
Eram muitas culturas diferentes, muitas visões de mundo que entravam por vezes em conflito entre si e com os vizinhos alemães de Brusque.
Hoje, moradores mais antigos contam que era comum achar garrafas cheias de cachaça ou vinho enterradas em meio a pastos e plantações, lembranças ainda desses colonizadores que tanto polemizaram e influenciaram os primeiros anos da nossa cidade.
2 - Azambuja /
As famílias vindas do distrito de Treviglio (Itália), no dia 22 de outubro de 1875, para emigrarem para o Brasil, depois de embarcarem em Le Havre (França), combinaram entre si que ficariam sempre unidas. Para isso levantariam uma igrejinha ou capela em honra da "Madonna de Caravaggio". A promessa de permanecerem sempre juntos não se concretizou, fixando-se no vale de Azambuja (valata Azambuja), situado a três quilômetros de Brusque, apenas 9 colonos. Inicialmente chamado de "Caminho do Ribeirão" ou "Caminho do Meio", tomou o nome de Azambuja, possivelmente em homenagem ao Diretor do Departamento de Terras, Conselheiro Dr. Bernardo Augusto Nascentes d’Azambuja.
Já em 1876, apenas tinham chegado os primeiros colonos ao Vale de Azambuja, começaram a pensar em construir uma Capela em honra de Nossa Senhora de Caravaggio. Após algumas discussões de como fazê-la, no primeiro domingo de novembro de 1884, chegaram a uma conclusão: decidiram construí-la de tijolos, para que ficasse mais segura e mais barata, pois tudo se faria alí mesmo. No final deste mês era iniciada a fabricação dos tijolos e das telhas para o futuro templo. Foi erguida uma pequena igreja, medindo 6 metros de comprimento por 3 de largura. Com a sacristia totalizava 36 metros quadrados. O terreno foi doado por Pietro Colzani, possuidor do lote nº 16. Sobre o altar, um quadro de Nossa Senhora de Caravaggio, vindo diretamente da Itália. Este quadro ainda hoje pode ser admirado na gruta anexa ao Santuário. Aqui não se invoca Nossa Senhora de Caravaggio, mas Nossa Senhora de "Azambuja".
No dia 24 de abril de 1887 a Capela foi benta pelo Padre Marcello Ronchi SJ, estando presente também o Pe. João Fritzen SJ, Vigário de Brusque.
Azambuja logo torna-se um centro de peregrinações. Crescendo o número de romeiros e vendo a importância espiritual que alcançava, Pe. Antônio Eising inicia a construção de uma nova Igreja, no mesmo ano em que chega a Brusque, 1892. A nova Igreja, que mede 10 metros de largura por 12 de comprimento, fora o Presbitério, está concluída em 1894. A antiga ermida, que ficava um pouco abaixo do atual Santuário, conservou o quadro de Nossa Senhora. Encomendaram na Itália as imagens de Nossa Senhora e de Joanita, as mesmas que ainda hoje se encontram no altar-mor do Santuário.
A partir de 1892 é comemorada a tradicional festa de 26 de maio, dia da aparição. Em 15 de agosto de 1900 é celebrada pela primeira vez a festa da Assunção de Nossa Senhora.
Cada vez mais afluíam devotos para as festas. Consta que na festa de 1900 contaram-se 2.000 romeiros.
Crescendo a importância, o Bispo Diocesano de Curitiba Dom Duarte Leopoldo e Silva, a 1º de setembro de 1905, eleva a Capela de Azambuja à dignidade de Santuário Episcopal, com o título de Santuário de Nossa Senhora de Azambuja, desmembrando-o da jurisdição do Vigário de Brusque. Na mesma oportunidade é nomeado Pe. Gabriel Lux, SCJ, "Fabriqueiro-Administrador do Santuário e Delegado da Autoridade Diocesana, com plenos poderes"
A finalidade desta criação, basicamente, foi de, através das esmolas dos romeiros, se propiciar condições de subsistência à Santa Casa de Misericórdia de Nossa Senhora de Azambuja, que havia sido criada três anos antes, a 29 de junho de 1902.
Em abril de 1927 é transferido para Azambuja o Seminário Menor da Aquidiocese de Florianópolis. Pe. Jaime de Barros Câmara, que mais tarde viria a ser Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, foi seu primeiro Reitor. Desde então os sacerdotes professores do Seminário, assumem também a pastoral do Santuário.
No dia 2 de novembro de 1927 são retirados da antiga Capelinha os quadros, bancos e ex-votos. No dia seguinte é feita a demolição da mesma. Alí junto à fonte, cujas águas são tidas como miraculosas, dá-se início à construção de uma gruta. Um ano depois, a 9 de dezembro de 1928, Pe. Jaime abençoava e inaugurava o novo monumento de piedade. Na gruta são entronizadas as imagens de nossa Senhora de Lourdes e Bernadete. Sobre a gruta, que está dois metros abaixo do nível do terreno, uma capela, onde estão o quadro de Nossa Senhora de Caravaggio e os ex-votos dos romeiros.
No dia 8 de dezembro de 1939 era lançada a pedra fundamental do novo e majestoso Santuário, o terceiro a ser edificado. Suas paredes foram erguidas em redor do Santuário anterior. O projeto, idealizado pelo renomado arquiteto Simão Gramlich, prevê uma torre com 40 metros de altura e uma nave central medindo 45 metros de comprimento por 16 metros de largura com uma altura de 20 metros. Entre junho e setembro de 1941 se destrói o antigo Santuário.
Embora já estivesse sendo usado desde 1943, somente em 26 de maio de 1956 Dom Joaquim Domingues de Oliveira oficia a consagração do Templo.
A partir de 1950 se constrõe o "Morro do Rosário": consta dos 15 Mistérios do Rosário, distribuídos ao longo do caminho de acesso ao cume do morro que fica atrás do Santuário. No topo o último dos Mistérios Gloriosos: a coroação da Virgem Maria pela Santíssima Trindade. Cada um dos mistérios consta de estátua ou grupos de estátuas feitas de cimento, em tamanho natural.
3 - Bateas /
O nome Bateas significa um utensílio arredondado, semelhante a um prato, que é utilizado no garimpo nas águas fluviais. Refere-se, portanto ao período da exploração de ouro na região.
O impulso populacional na localidade deu-se após a instalação da empresa Buettner.
4 - Cedrinho / 5 - Cedro Grande /
Contam os antigos que no local existiam vários pés de Cedro, árvore que foi adotada como referencial para a localização na região. A denominação "Cedrinho", no diminutivo, é utilizada por situar-se próximo ao "Cedro" (bairro atualmente denominado "Dom Joaquim"), justamente por ter uma população menor e estar próximo a esta localidade, chamaram-na "Cedrinho". Já o "Cedro Grande" tem esse nome pelo seu tamanho territorial e afastamento do Cedro.
6 - Centro /
Leva esse nome pois é onde fica o centro político,
financeiro e comercial da cidade.
8 - Dom Joaquim /
Inicialmente a localidade era conhecida por Cedro Baixo devido ao grande pé de Cedro que havia no local, usado como referencial geográfico pela população. Foi somente a partir de 31 de maio de 1954 que a localidade de Cedro Baixo passou a chamar-se Dom Joaquim. A troca na denominação deveu-se a uma homenagem ao então Arcebispo Metropolitano de Florianópolis Dom Joaquim Domingues de Oliveira, nas comemorações de seu 40º aniversário de Sagração Episcopal.
9 - Guarani /
Em 1996 o Prefeito Danilo Moritz sanciona uma lei que denomina o bairro Guarani, entre os bairros Jardim Maluche e o município de Guabiruba.
10 - Jardim Maluche /
O bairro Jardim Maluche foi criado pela lei nº 2042 de 23 de novembro de 1995 que estabelece o Plano Diretor do Bairro Jardim Maluche, fixando os limites "ao norte, com o Rio Itajaí-Mirim; ao sul, com fundos do lado direito da Avenida Dom Joaquim e das Ruas Germano Furbringer e Maximiliano Furbringer; ao leste, com a Rua Gerônimo Coelho e Rio Itajaí-Mirim, e ao oeste, com o Rio Itajaí-Mirim.
Vindo da Alemanha, Augusto Maluche casou-se com Maria Werner, filha do pioneiro Pedro José Werner. Desde, vieram as terras do atual Jardim Maluche, herdadas pelo filho de Augusto, Antônio Maluche, e por sua vez, Bruno, Winiton, Oscar e Laura Maluche, emprestando a família seu nome ao bairro.
Mais tarde a região foi loteada sob a denominação de Loteamento Jardim Maluche, permanecendo assim até 1988, quando o Prefeito José Celso Bonatelli sancionou a lei que fixa os limites do bairro "Jardim Maluche" e "Furbringer" ao sul com fundos das Avenidas Dom Joaquim e Germano Furbringer; ao norte com o Rio Itajaí-Mirim; ao Leste com a rua Gerônimo Coelho e a Oeste com as ruas Reinoldo Kuchembecker e a rua projetada que dá acesso a propriedade de Heinz Furbringer e com a Rio Itajaí-Mirim.
Em 1995 o Prefeito Danilo Moritz sanciona a lei que estabelece o Plano Diretor do bairro, fixados os seguintes limites para o bairro: ao norte, com o Rio Itajaí-Mirim; ao sul, com fundos do lado direito da Avenida Dom Joaquim e das Ruas Germano Furbringer e Maximiliano Furbringer; ao leste, com a Rua Gerônimo Coelho e Rio Itajaí-Mirim, e ao oeste, com o Rio Itajaí-Mirim.
Sobre o planejamento do bairro, MALUCHE apud ANDRADE (Ibid.) explica que
“ | A indústria automobilística surgiu no Brasil nos anos 50, com a fábrica da Volkswagen [...] Eles (os irmãos Maluche) foram buscar subsídios para a fazenda. Lá viram que os bairros próximos da montadora foram desenvolvidos já prevendo áreas verdes, de jardins, praças e ruas com até 30 metros de largura | ” |
Com isto, foi encomendado ao engenheiro Wladislau Rodacki o projeto do loteamento segundo aqueles padrões, que na época eram demasiadamente avançados.
11 - Limeira /
De acordo com entrevistas e pesquisas constatamos que o povoamento do Bairro Limeira iniciou-se por volta de 1870 com alemães e logo após, por volta de 1875 chegaram os italianos. As famílias pioneiras no desbravamento das matas dessa região foram: Família Staack, Família Benvenutti, Família Dalago, Família Vechi, Família Pretti, Família Caviquioli, entre outras. O nome do bairro foi dado devido ao grande número de pés de lima que existia na região na época da chegada dos imigrantes.
15 - Paquetá /
Inicialmente a localidade era conhecida por Águas Claras Central, porém, a denominação confundia principalmente os trabalhadores e usuários dos correios e do ônibus. Para evitar a confusão, os funcionários da empresa colocavam na placa do ônibus o nome "Paquetá", para diferenciar esta localidade da localidade de Águas Claras, sendo o campo de futebol o novo referencial para a localidade.
Nelson Klabunde apud ANDRADE explica de onde surgiu o nome:
“ | Tínhamos um grupo de jovens, que na época, entre 18 e 20 anos, íamos na tarde dançante, que era conhecida como domingueira. Na rua Nova Trento existia um salão chamado Schulenburg. Tinha um conjunto que toda vida tocava lá. Chama-se Conjunto Paquetá e como nós gostávamos daquele grupo íamos atrás deles [...] Então fundamos um time de futebol chamado Paquetá | ” |
A localidade de Águas Claras Central, portanto, para evitar confusões, acabou por adotar o Clube Atlético Paquetá como novo referencial.
16 - Poço Fundo /
Inicialmente a localidade foi conhecida pela denominação "Boemia". Como havia um rio profundo na localidade, os pais alertavam as crianças para que não fossem no dito rio pois lá haveria um poço fundo, o que passou a ser o novo referencial e denominação do bairro.
17 - Ponta Russa /
"Punta Rossa" (ponta vermelha) é a denominação dada pelos imigrantes italianos que se estabeleceram na localidade, dando origem ao nome "Ponta Russa".
20 - Rio Branco /
O Bairro Rio Branco foi colonizado, majoritariamente por imigrantes alemães que o denominaram de "Grosser-Fluss", cujo significado na língua alemã é "Grande Rio". Este nome originou-se inspirado nas dimensões do Rio Itajaí- Mirim que delimita as terras do bairro.
Os imigrantes alemães, que se estabeleceram no bairro, cultivavam a cana-de-açúcar, a fim de retirar o açúcar mascavo, e a cachaça. Produtos esses que posteriormente poderiam ser trocados ou vendidos nos postos de venda da Colônia. Além destes produtos, os imigrantes alemães tinham o hábito de cultivar verduras e legumes para o consumo doméstico.
Foi no ano de 1948 que o Bairro passa a chamar-se Rio Branco, e desde então permanece com o mesmo nome. Bairro este que se localiza na cidade de Brusque, Santa Catarina e que tem seus limites determinantes formados deste modo:
- Bairro Dom Joaquim: a ponte torna-se o limite;
- Bairro Guarani: a Associação do Archer torna-se o limite;
- Município de Guabiruba: o rio da localidade da Fazenda torna-se o limite.
Os estabelecimentos industriais limitam-se ao ramo têxtil e destacam-se: tecelagens e confecções. Quanto aos estabelecimentos comerciais destacam-se: lojinhas, mercados, padaria, farmácia, academia e açougue. As instituições existentes são:
- A Escola de Ensino Fundamental Rio Branco, que atende desde o jardim até a 8ª série;
- A Congregação Universal do Brasil, popularmente conhecida como a Igreja dos Crentes;
- Comunidade São José da Igreja Católica Apostólica Romana;
- A Sociedade Esportiva Rio Branco, onde é o ponto de encontro dos moradores para as atividades de lazer.
A comunidade do Bairro Rio Branco é heterogênea, pois se constitui de habitantes do próprio local, bem como moradores de outros estados do Brasil como: São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e principalmente do Paraná. Estes moradores em sua grande maioria trabalham nas indústrias do Bairro ou da cidade (centro).
22 - Santa Luzia /
A população em parte é de origem polonesa e, em parte, de origem italiana. O primeiro morador foi o senhor Inácio Imianowsky, que veio da Polônia, morando em S. Luzia desde 1872. Era casado com Ana Felsky e foi agrimensor por mais de 40 anos.
23 - Santa Rita /
Inicialmente a localidade ficou conhecida por rua 7 de setembro, depois por Vila Operária. No fatídico domingo de 30 de novembro de 1958 falece aos 13 anos o menino Jayme, filho de Lino Zucco, vítima de afogamento em um poço no rio Itajaí-Mirim. Segundo notícia colhida do períodico O Rebate
“ | Três garotos, de 12 a 14 anos [...] foram banhar-se alegremente nas águas do rio, próximo no local denominado Vila Operária. Certamente foram sósinhos, pois sairam de casa após o almoço e não regressaram, e ninguem deu noticias. A noitinha, a cidade foi alarmada com a triste noticia de que o menor Jayme José Zuco, unico filho homem do sr. Lino Zuco tinha sido tragado pelas traisoeiras aguas do rio Itajaí Mirim e os outros dois tinhas sido salvos. O corpo de Jayme José só foi encontrado na quarta-feira, a um quilometro e pouco, rio abaixo, tendo sido enterrado em seguida. | ” |
Por conta disso, nasce a preocupação na comunidade para que as crianças tenham ocupado seu tempo e no mesmo ano funda-se a Associação de Assistência Social Sete de Setembro (ASSOBRO).
Após a abertura da escola, outra associação foi criada para a construção de uma igreja na localidade.
Em 1968 era lançada a pedra fundamental da Igreja de Santa Rita. Em 1971 o Prefeito José Germano Shafer sanciona a lei que denomina o bairro Santa Rita.
A conclusão da Igreja dera-se quatro anos depois de seu início, em 1972. Dez anos depois, a ASSOBRO vende o morro que havia adquirido para a construção da escola.
Em 12 de setembro de 1928 era fundado o Catharinense S.C. que após alguns anos construira campo nas imediações do atual Supermercado Barateiro.
A rua 7 de setembro também abrigou vários clubes de bocha como por exemplo a "Liga Brusquense de Boachas "7 de setembro", criada em 15 de fevereiro de 1945 com o objetivo de reunir os clubes Canto do Rio, Sociedade Brusquense, Vila Operária, Ypiranga, 10 de outubro e Laranjeiras e promover entre os mesmos torneios de bocha.
Destes, a S.E. Canto do Rio também sita a rua 7 de setembro, fora fundada em 1 de janeiro de 1947. Ainda na mesma rua, em 12 de setembro de 1946 fora fundada na mesma rua a Tupy E.C.R.
24 - Santa Terezinha /
O bairro Santa Terezinha é o bairro mais populoso de Brusque, contando com 10.081 moradores, segundo o Censo de 2010.
Para pensarmos sobre o território atual do bairro em longínquos tempos, recorreremos ao relato transcrito pelo pesquisador Oswaldo Rodrigues Cabral, onde somos informados de que "à margem direita [do Itajaí-Mirim], de ambos os lados do Ribeirão Limeira [...] está por ora só ocupado por 7 famílias colonas em sete lotes medidos pelo agrimensor da Colônia, e êstes sete lotes limitam com ambas as margens do ribeirão Limeira".
A povoação inicial dá-se, portanto, como no restante da Colônia: por meio de lotes coloniais e por meio de ocupação do elemento germânico. Sendo este um dos primeiros apontamentos de habitação fixa na região do Bairro Santa Terezinha, é importante ressaltar que a comunicação com Brusque se fazia predominantemente pelos rios, o que contribuiu para que logo a localidade tomasse o ribeirão por referência geográfica.
Apesar de a primeira denominação fazer referência ao Rio Limeira, logo, novos referenciais tomariam conta da localidade. Concomitantemente, o nome "Limeira" permaneceu por algum tempo, sendo também citado por alguns documentos até a década de 1940.
Uma nova referência surgira após as conclusões das obras da estrada que ligava Brusque à vizinha cidade de Itajaí, sendo a denominação aos poucos alterada para o novo referencial da comunidade: "Estrada Itajaí". Muito embora ainda fosse denominada Limeira, a nova forma especificava a localidade com o traçado desta via, evitando assim, a confusão por parte dos Correios quanto à entrega de correspondências nas proximidades da atual localidade de Limeira.
Com o tempo, a forma "Rua Itajaí" passou a predominar, o que ocorrera até meados da década de 1930, quando a referência passou a ser também a capela de Santa Teresinha. Mas, foi somente em 19 de junho de 1964 que o Prefeito Cyro Gevaerd sancionou uma lei que autorizava o Poder Executivo Municipal a denominar o "Bairro Santa Teresinha" o trecho compreendido entre o Boeiro Niebuhr até o final do perímetro urbano, no final da rua Santos Dumont e ruas adjacentes.
Apesar da lei que autorizava a denominação ter sido sancionada, passaram-se mais de 30 anos e, em 12 de maio de 1995, o bairro ganha sua atual denominação, grafada com a letra "z". Isto ocorre quando o Prefeito Danilo Moritz sanciona uma nova lei, onde fica denominado o bairro "Santa Terezinha", delimitando também sua nova área. No ano seguinte, o Prefeito Danilo Moritz sanciona outra lei, desta vez, alterando os limites do bairro, ampliando-o até a divisa com Itajaí.
Em 15 de novembro de 1984 foi fundada a Comissão de Defesa e Promoção Comunitária do Bairro Santa Terezinha - CONTEMPROM - que deu origem à associação de moradores do bairro.
A demolição da Igreja
“ | O Padre Jorge Gelatti disse que a demolição era necessária, diante da falta de espaço para os fiéis durante a celebração das missas, bem como para as atividades funcionais [...] custo da reforma seria de R$ 300 mil, enquanto que a construção de uma nova vai custar R$ 500 mil [...]a estrutura estava podre, havendo perigo para os frequentadores da Igreja. Eu não iria expor os fiéis a este perigo, tanto que saímos daqui em dezembro por causa dos riscos | ” |
Na ocasião da demolição, o morador Bolivar Cervi encontrou dois documentos relativos à construção da Igreja, do início da década de 1940 dentro da "cápsula do tempo", que segundo o morador, foram colocadas por seu pai no interior das paredes da Igreja. No primeiro documento, que inicia com "Anno Domini MCMXL" (Ano do Senhor de 1940), conta-se que era erguida uma Igreja em honra de Santa Terezinha (escrito com "z"), sendo o documento subscrito por Bernardo Peters, Germano Schaefer, João G. Kormann, Ernesto Cervi, Giacomo Cadore e Vicente Schmitz. O segundo documento contém assinatura de vários membros da comunidade que auxiliaram nos trabalhos.
O lançamento da pedra fundamental da nova igreja deu-se em 26 de maio de 2002, na festa de Nossa Senhora de Fátima. A nova Igreja foi inaugurada em somente em 1 de outubro de 2008.
25 - São Luiz /
Em 1961 o Prefeito Cyro Gevaerd sanciona uma lei que autoriza o executivo municipal a denominar de bairro São Luiz o trecho delimitado entre a rua Conselheiro Willerding, partindo da Felipe Schmidt até o entroncamento com a Rua 15 de Novembro; Rua 15 de Novembro até o entroncamento coma Rua Anita Garibaldi; Rua Anita Garibaldi até o entroncamento com a Rua Felipe Schmidt; e por fim da Rua São Pedro até o final da Rua São Leopoldo.
Porém, somente em 1989, durante a gestão do Prefeito Ciro Marcial Roza, é que o bairro é reconhecia oficialmente com a denominação "São Luiz". Em 1996 sua delimitação é alterada, tendo seu território as seguintes confrontações: Da Av. Otto Renaux, a partir da confluência com a Rua Augusto Wandrey até a Ponte Rovita Clara Torrezani na Rua Anita Garibaldi; na Rua Felipe Schmidt, a partir da confluência com a Rua Alois Moritz até a Rua São Pedro, na confluência com as Ruas Guilherme Wegner e Alvim Medeiros e transversais; mais as Ruas Daniel Imhof, Gabriel Zimermann e parte da Rua São Leopoldo.
Localiza-se no bairro o Tiro de Guerra, a Base Militar do Exército Brasileiro.
26 - São Pedro /
A denominação advém da antiga Peterstraße, ou rua São Pedro. A localidade também recebeu o nome de Alsacia.
27 - Souza Cruz /
A localidade recebeu esse nome como referência, devido a localização da antiga fábrica de cigarros "Souza Cruz", onde atualmente ficam as dependências da Empresa Sancris.
28 - Steffen /
O bairro Steffen nasceu da saga de uma família que saiu da Europa e se estabeleceu na Comarca de São Luiz Gonzaga, hoje município de Brusque. Aqui fizeram muitos laços familiares, trabalharam em diversas áreas e deram o nome ao bairro, antiga propriedade da família “Steffen”.
Esta região, por volta de 1870, fazia parte de uma grande fazenda pertencente ao pioneiro Guilherme Steffen, cujas terras iam desde o Rio Itajaí Mirim até onde hoje situa-se a Rua São Pedro. Em sua fazenda, Steffen instalou um engenho onde produzia farinha de mandioca, cachaça e melado. Por muitos anos, Guilherme Steffen conservou intacta sua terra, sem vendê-las a qualquer estranho. Aos poucos, os terrenos foram divididos entre seus 16 filhos.
Foram construindo, modificando com muito amor, fé e dignidade. O crescimento maior, entretanto, deu-se a partir da segunda metade da década de 70, quando se instalaram no bairro as primeiras indústrias.
Foi principalmente sob o impulso das fábricas que o bairro passou a crescer. Em 2012, a população vinda de outros municípios somava 43% das 952 famílias que (segundo um levantamento realizado pela escola, com a colaboração dos alunos da 8ª série A e 8ª série B) residem no bairro. Estão instaladas no bairro seis empresas, algumas de grande porte. Juntas, essas empresas geram empregos para 1.270 pessoas, aproximadamente, sendo que grande parte delas são moradoras do próprio bairro.
Por muitos anos o bairro ou Morro do Steffen, como era conhecido, foi considerado um lugar perigoso e violento. Hoje, este bairro tornou-se um bom lugar para morar e trabalhar.
29 - Tomaz Coelho /
O Conselheiro Tomaz Coelho, foi o fundador do Colégio Militar. diretor do Banco da República, membro do ministério que decretou a abolição da escravatura. Falecido em 19 de setembro de 1895.
31 - Zantão.
Memórias do bairro Zantão
As memórias aqui relatadas foram coletadas pelos estudantes da Escola Dr. Carlos Moritz. E os textos relatam as pesquisas de campo, as visitas e as entrevistas com moradores.
Vida cotidiana.
“Eu tinha cinco anos quando vim morar no bairro Zantão. Aqui tinha cerca de 30 famílias, que moravam em casas de madeira. As estradas eram estreitas, de barro, com capim nos dois lados. Naquela época não existia televisão, geladeira, pois não existia energia elétrica. Nem supermercado tinha, apenas tinha uma venda que se comprava: charque (carne seca), querosene, sal e peixe. O resto se plantava em casa, como: frutas, verduras, legumes. Também não tinha farmácia, mas plantávamos ervas para fazer os chás. Quando estava doente, fazíamos chá, benzia... Para estudar não íamos à escola aqui, porque não tinha, eu tive que estudar no bairro Águas Claras, e nessa escola só ia até o terceiro ano, se quisesse estudar mais, tinha que estudar no Centro. Esse era o bairro Zantão.”
Escola do Morro Pelado
“Sou Zélia Barbosa da Silva, tenho 58 anos, moro no Zantão há 26 anos. Sou casada faz 29 anos. Tenho dois filhos, uma menina chamada Leandra e um menino chamado Leandro, o meu menino já é casado e tem um filho. Antigamente a escola era boa, era legal. Os professores davam bastante atenção aos alunos. Os meus filhos acabaram os estudos aqui na Escola Dr. Carlos Moritz. Cheguei a conhecer a escola do morro pelado, mas infelizmente não tive a oportunidade de estudar lá, e nem os meus filhos. Pois eles estudaram onde é atualmente a escola. A escola do morro pelado era de madeira e tinha um bom estudo, tinha poucos alunos. Nesse momento eu não lembro o nome de nenhum professor ou da diretora.”
Vida cotidiana.
“Meu nome é Goretti C. B. Maleski, tenho 53 anos, nasci em Nova Trento. Moro em Brusque, aqui no bairro Zantão. Tenho quatro filhos, duas meninas e dois meninos. Elas são casadas e os dois homens solteiros. Sou casada há 32 anos.Tive uma passagem em minha vida muito ruim, que foi a enchente de 1994, encheu a casa de água. Foi muito triste, foi tudo embora com a enchente.Cheguei ao bairro em 1988. Nessa data nasceu o meu filho Rodrigo. Lembro que a escola era no mesmo lugar, era muito pequena e de um piso só. Não havia cercado, era no meio do mato, não era pintada e tinha uma quadra de areia. A igreja do bairro era a mesma que hoje, com mesmo nome, só que não estava reformada e não possuía o salão. O rio de antigamente era limpo, não existia esgoto, tinha muitos peixes, muitas pessoas pescavam e comiam peixes. Antigamente nós éramos muito pobres quando chegamos ao bairro Zantão. Vivíamos em duas famílias em uma casa de madeira pequena. Não tínhamos banheiro, nem carro, nem moto, ou bicicleta. A estrada do bairro era de barro, então tinha água na rede.”
Lembranças.
“Eu moro há 78 tantos aqui no bairro. Nasci aqui no Zantão. Lembro-me muito pouco daqui, por exemplo, que a estrada era de barro e tinham poucos moradores. Meus pais também nasceram aqui. A vida era muito difícil. A gente era obrigada a trabalhar na roça para ajudar nossos pais.No tempo em que eu estudava, aqui no Zantão não tinha escola ainda, então eu estudava na escola de Santa Luzia.Depois de alguns anos construíram uma escola pequena. A escola era de material, de um andar apenas, não existia a quadra naquele tempo, tinha poucos professores. Lembro de alguns: Ana Augusta, Ana Lúcia, Nilda, Nelson e Dona Altair. A igreja começou lá no morro Pelado, era uma igreja bem pequena, e madeira. Lá só faziam algumas rezas, mas depois resolveram comprar um terreno e fazer outra maior, que é de material, e está nesse local até hoje. Isso é um pouco do que sei sobre o bairro onde nasci.”
Habitação, transporte e escola.
“Meu nome é Francisco Wanka, nasci no bairro Zantão, e moro aqui há 67 anos. O bairro era pobre, tinha pessoas muito humildes, a estrada era estreita e de chão batido. As casas eram poucas e de madeira, algumas cobertas com palha, muito feias. Os meios de transporte eram carroça, carro de mola ou bicicleta, nessa época não tinha nem carro, nem ônibus. A primeira igreja era somente uma cruz, que foi colocada num morro, hoje chamado de Morro Pelado, onde era celebrada a missa ao redor da cruz, não havia igreja. Como não havia igreja no bairro, a catequese era feita num galpão de madeira.E com o passar do tempo e muita luta, os moradores compraram um terreno, onde construíram nossa atual igreja.Mais tarde, com muitas festas realizadas, e com o dinheiro arrecadado, foi construído o salão, onde acontecem em algumas salas, aulas de catequese. Esse lugar serve também para muitas festas na comunidade, bem como festa de comunhão, casamento, aniversários entre outros eventos. As primeiras famílias foram: Verwebe Marscheski, Eccel, Gonçalves, Cabral, Uller, Gripa e Schork. A primeira escola era de material, localizada em cima de um morro, esse é o atual Morro do Zantão, que faz divisa com a cidade de Nova Trento e São João Batista. Sobre a escola lembro-me do recreio, em que cada aluno comia o lanche que levava, preparado pelos pais: batata doce, taiá, banana, pão de fubá, polenta frita. As primeiras professoras foram: Dona Ilca Ceccato, Inês Ceccato e Olívia Zucco.”
A escola e a igreja.
“Chamo-me Osvaldo João Maçaneiro e sou mais conhecido como Dinho Maçaneiro. Tenho 67 anos, sou casado há 46 anos e tenho quatro filhos: Marcial é padre, Dodô, professor de história, o Cléber é radialista e o caçula da casa é o Leandro, que trabalha na Fundação Cultural de Brusque .Eu e Maria Edite Maçaneiro temos dois netos, uma de 10 anos e outra de cinco. Moramos aqui no bairro Zantão há 60 anos. Estudei em uma escola que tinha duas salas e uma cozinha, o diretor era o senhor Nelson Frener. Nesse mesmo tempo já existia escola para adultos e meu pai estudava. Os meus filhos estudaram na escola, aquela que ficava no morro, e só existiam duas professoras, Dona Olívia Zucco e Inês Ceccato, que moravam no centro e vinham até a escola de bicicleta. Nessa época Mário Mazzolo era o diretor da escola e eu fui presidente da APP há oito anos. No terreno onde hoje é a escola, moravam as “bilicas”, eram três irmãs, que condenavam as atitudes, as coisas. Quando as duas mais velhas morreram, o irmão delas Sr. Sebastião e a irmã mais nova resolveram vender o terreno para a escola, onde hoje funciona. A comunidade ajudava com alimentos, produtos de limpeza, etc.Também me recordo de como surgiu a igreja aqui no bairro. Ela começou num galpão onde só cabiam 20 pessoas. O padre Valdemar que realizava as missas. Naquela época eu já era ministro da comunhão. No bairro tinham poucas casas e a maioria do povo era pobre. A única casa que existia de material era do Senhor Mazoli . É um antigo morador do bairro. Hoje eu me sinto muito feliz de ter ajudado a construir a igreja, a escola, e fazer parte do bairro Zantão.”
Entrevista com o casal Maria Goreti Reis e Francisco Luiz Reis
Maria Goreti tem 53 anos e Francisco tem 54 anos. O casal tem três filhos e todos são casados. Maria e Francisco são casados há 31 anos. Eles moram desde que nasceram no bairro Zantão, em Brusque. “Tudo muito diferente de hoje, onde o bairro tem infraestrutura e a estrada é asfaltada. A igreja onde agora é do bairro, não era assim, era de madeira e localizava-se no morro pelado. Recordaram que o bairro mudou muito, pois a estrada era de barro. Havia apenas 30 famílias no bairro e cinco engenhos de farinha. Tudo muito diferente de hoje, onde o bairro tem infraestrutura e a estrada é asfaltada. A igreja onde agora é o bairro, não era assim, era de madeira e localizava-se no morro pelado. O morro pelado não mudou praticamente nada. Eles relembram que a escola era muito pequena, com apenas duas salas de aula e era de material, muito diferente de hoje que a escola é grande e muito confortável. O casal recorda algumas coisas que aconteciam, como: todo ano vinha um grupo militar para limpar e às vezes pintar a escola. A senhora Maria Goreti participa de sua comunidade, já deu catequese na igreja do bairro, já participou de encontros, como os de jovens, e de outros encontros da igreja. Também já ajudou na limpeza da mesma.”
Memórias de Dona Lúcia
Segue abaixo os trechos:
O Casamento
“Todo mundo estava preparado, felizes para aquele dia, o dia do meu casamento. Eu tinha apenas 18 anos de idade, mas já sabia que era isso que eu queria. Então me arrumei com um vestido simples, mas muito lindo para a época, que foi preparado por uma grande amiga. Eu nem imaginava que ela faria o vestido para mim. Quando cheguei à Fábrica Renaux – onde eu trabalhava – ela veio até mim, e me entregou o presente. “- Está aqui seu vestido minha amiga, com todo carinho”. “- Ela mesma havia feito, ficou muito lindo.”Passaram-se uns dias e o meu dia estava chegando...No dia do casamento, nesse momento eu pensava provavelmente as testemunhas já estavam no carro de mola todo enfeitado a caminho da Matriz. Pois só lá se realizavam casamentos, já que não tinha ainda igreja aqui no bairro. Então chegou a hora, entrei na igreja Matriz com um belo sorriso em meu rosto, feliz por realizar esse grande sonho. Casei-me respondendo sim com muito prazer. Quando já estava acabando a manhã os convidados foram para casa, exceto os padrinhos e parentes próximos, que ficaram para o almoço.No final da tarde pouco a pouco foram embora. E eu e meu marido fomos para casa de meu pai e passamos a noite lá. Assim foi meu lindo e inesquecível casamento.”
A educação com os pais – o respeito
“Era hora de silêncio, para mim e meus irmãos. Meus pais estavam com visita. Estávamos esperando a chamada de meu pai, pois era assim. Toda vez que meu pai e minha mãe recebiam uma visita, meu pai nunca deixava eu e meus irmãos ficar com eles participando do assunto. Eles nunca obrigaram ninguém a fazer nada, mas nós sempre fazíamos, ajudávamos, pois o respeitávamos. Meu pai me levava e meus irmãos para todo o lugar, para o trabalho principalmente. Nós ficamos debaixo “dos olhos de nossos queridos pais.”
Ser parteira
“A minha mãe tinha uma profissão que eu admirava muito: ser parteira. Logo comecei a ser também, minha mãe me ensinou tudo. Por exemplo, que na época as pessoas da casa não sabiam que nós estávamos na casa fazendo o parto. A gente vestia um avental por cima da roupa, e em baixo dele, escondíamos o que precisaríamos para fazer o parto, como exemplo, paninhos que usávamos para limpar a criança recém-nascida. Sempre dava tudo certo, graças a Deus! Fiz partos em lugares que nem se pode imaginar, tudo sempre deu certo, mais fiquei muito preocupada um dia, quando fiz um parto no mato, foi muito arriscado e preocupante. Esse dia do parto no mato tem história. Eu nem esperava, estava de saída e então me chamaram às pressas. Logo peguei as coisas, subi na bicicleta e fui. [...] Teve uma vez que fiz três partos, em uma noite, foi tão cansativo.”
O primeiro morador
Segundo dona Lucínia Schork Tarter, é do sobrenome do pioneiro Antônio Francisco Antão, repetido de forma errada pelo povo, que surgiu o nome Zantão. Segundo dona Lucínia, Francisco Antão tinha a barba comprida e a morte chegou quando já era muito velho. Morava perto de onde hoje é a Escola de Ensino Fundamental Doutor Carlos Moritz e vivia da plantação de fumo. Sobravam as três filhas de Antão: Lídia, Bilica e Aninha, que morreram solteiras, segundo dona Lucínia.
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