ÍNDIOS E COLONOS - Revista CARTUM INTERATIVA nº 191.

 

Os colonos sabiam da existência de índios nas terras que iriam ocupar e a recomendação das autoridades era de que, em nenhum momento, se afastassem da casa ou fossem para a roça sem levar uma arma. 

Muitos, preocupados com a presença indígena, pediram ao diretor da colônia que arranjasse armas, pois tinham medo e queriam se defender caso necessário. 

Com o crescente número de colonos e o aumento das áreas desmatadas para abertura de novas roças, a situação piorou. 

Os Xokleng defendiam seu território, enquanto os imigrantes lutavam pela terra prometida pelo Governo Imperial. 

A terra significava a esperança de sobrevivência para ambos os grupos. O resultado foram os conflitos com mortes para ambos os lados.

Pesquisa: Robson Gallassini (in memoriam)

 



Os povos que ocupavam a região do Vale do Itajaí, antes de a chegada dos colonizadores europeus, são denominados de Xokleng. Os colonizadores se referiam a eles como: selvagens ou "homens da selva", empecilhos que dificultavam o projeto colonizador. 

O modo de vida dos Xokleng era bastante diferente dos europeus, o que causava muito espanto e estranheza. Assim, os dois grupos se envolveram em vários confrontos. 

Os nativos, em primeiro lugar, não tinham a terra como uma propriedade, mas como um lugar compartilhado: lugar onde colhiam frutos, raízes, caçavam e pescavam. 

Os povos que vivem desta maneira são conhecidos como caçadores e coletores, não possuem um lugar fixo de moradia, mas caminhavam pelas matas e florestas de acordo com as estações do ano e seus frutos. 

O território que este povo ocupava era uma grande área que podemos localizar entre o litoral e o planalto. Na atualidade outro marco de referência seria o espaço existente entre as cidades de Porto Alegre e Curitiba.

 

Devemos lembrar que o conceito de selvagem, primitivo ou mesmo índio, reflete o preconceito existente desde a colonização do Brasil. Neste caso recordamos do período da descoberta pelos portugueses: o "índio", deveria ser civilizado e cristianizado (na época foram criadas missões e muitos povos foram escravizados). 

Portanto os europeus se achavam superiores aos nativos da terra, que eram considerados grosseiros e inferiores. Os colonizadores europeus do século XIX, que chegaram ao Vale do Itajaí, também se consideravam superiores, civilizados e trabalhadores, os responsáveis pelo progresso.  

Como entender os Xokleng? Pois, não haviam classes sociais, todos eram iguais. As tarefas eram divididas entre homens e mulheres, cabendo ao homem a caça e a pesca e às mulheres a coleta de frutos. A educação é bem prática, o jovem aprende com todos da tribo, por exemplo: ajudando na coleta de frutos, aprende sobre as matas, as plantas medicinais, as épocas de coleta de cada fruto... 

Com os homens apreende a técnicas de caça e pesca. Os Xokleng, tinham sua cultura, língua, território e se reconheciam como um "povo que conhece todos os caminhos".

Pesquisa: Marlus Niebuhr.

 


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