História Resumida de Itajaí - Revista CARTUM GASPAR nº 09.
Como tudo começou
A história de Itajaí, um dos mais importantes municípios de
Santa Catarina, se inicia a partir de uma formação étnica diversificada. À
cultura indígena, somaram-se as contribuições de imigrantes de diversas etnias.
O próprio nome da cidade, que já experimentou diversas variações, é herança dos
tupi-guaranis: os índios chamaram de “Táahy”, “Tajay”, “Tajahug”, “Jatahy” e
“Itajaí”, o rio das pedras.
A ocupação das terras de Itajaí pelo homem branco tem em seu
ponto de partida o Tratado de Tordesilhas, estabelecido entre Portugal e
Espanha em 1494. No acordo, ficou compreendido que nos limites do referido
Tratado, as terras do litoral catarinense até Laguna, no Sul do estado,
pertenceriam a Portugal.
Assim, uma ocupação portuguesa nestes locais foi iniciada
com o objetivo de defender essas terras de invasões estrangeiras e, a partir do
século 17, a perspectiva de exploração de minas de ouro e pedras preciosas
trouxe mais interessados em ocupar as margens do rio Itajaí-Açu.
Por aqui, um dos primeiros colonizadores foi João Dias de
Arzão, um paulista que há tempo procurava minas de ouro e outros metais
preciosos pelo interior do Brasil. Por isso, ele requereu e obteve uma
sesmaria, às margens do rio Itajaí-Açu, para construiu uma moradia. Arzão era
companheiro do fundador de São Francisco do Sul, Manuel Lourenço de Andrade,
que em 1658 trouxe também toda a família para trabalhar na extração de ouro no
local.
João Dias, porém, não tinha a intenção de fundar uma póvoa,
nem empreendeu meios para tal.
Quase cem anos mais tarde, em 1750, a chegada dos primeiros
imigrantes da Ilha da Madeira e Arquipélago dos Açores daria novo impulso à
colonização portuguesa. Em 1777, a invasão de uma esquadra espanhola na Ilha do
Desterro, atual Florianópolis, provocaria o êxodo de comunidades luso-açorianas
para o norte da então Capitania de Santa Catarina.
No século 19, o comércio ganhou destaque entre os moradores, pois o povoamento local mantinha contato com outras vilas do litoral catarinense. Em uma dessas atividades de mercado, Agostinho Alves Ramos, um comerciante português, chegou pela primeira vez à foz do rio Itajaí-Açu, em 1823, onde se estabeleceu com sua mulher, Ana Maria Rita. Sócio de uma casa comercial em Desterro, ele requereu ao bispo do Rio de Janeiro a criação de um curato. O pedido resultou na criação do Curato do Santíssimo Sacramento de Itajahy e a construção da Igreja da Imaculada Conceição (Igrejinha Velha) por Simeão, escravo de Agostinho.
Em 1833, nasceu o Distrito de Itajaí que, mais tarde – em 15
de junho de 1860 –, alcançaria a condição de município. Ainda nesse ano, já se
encontravam fixados os primeiros colonos de origem germânica, os quais também
influenciaram fortemente o desenvolvimento regional. Mais recentemente, imigrantes
japoneses integram a rica miscigenação cultural deste importante município
catarinense.
Da colonização à emancipação política
Em 1858, um grupo de destacados moradores encabeçou o
movimento para a criação do município de Itajaí. Agostinho Alves Ramos não mais
vivia, morrera em 1853 e fora sepultado no comércio da pequena povoação.
Segundo historiadores, a emancipação política foi uma luta gloriosa, pois houve
cerrada oposição da Câmara Municipal de Porto Belo, a quem a Freguesia de
Itajaí estava subordinada.
A Assembleia Provincial de Santa Catarina, pela Resolução n°
464, de 4 de abril de 1859, criou o município de Itajaí, que só foi instalado
em 15 de junho de 1860, com a posse dos primeiros vereadores: Joaquim Pereira
Liberato (presidente), José Henrique Flores, Claudino José Francisco Pacheco,
José da Silva Mafra, Francisco Antônio de Souza, Jacinto Zuzarte de Freitas e
Manoel José Pereira Máximo.
Construção do porto
Relatos históricos também mencionam a importância do porto
para a cidade, desde o século 19, não somente em relação ao trânsito de
colonizadores estrangeiros, mas também ao forte comércio fluvial que acontecia
em Itajaí. Com a construção dos molhes, as obras de ampliação dos cais foram
iniciadas em 1938, com o primeiro trecho desses novos cais feitos em estrutura
de concreto armado e pátios pavimentados em paralelepípedos. Dessa época é
também a construção do primeiro armazém.
A complementação do cais foi feita na década de 1950,
totalizando 803 metros. Os trabalhos foram divididos em duas etapas e se
prolongaram até meados de 1956, ano em que também teve início a edificação do
primeiro armazém frigorífico do Porto de Itajaí. Desde então, o terminal passou
a diversificar suas operações, como grandes cargas de açúcar e de produtos congelados.
No século 20, outros ciclos econômicos se seguiram. A
agricultura e a madeira ainda permaneceram fortes na primeira metade desse
período, mas, no final dos anos 1960, o ritmo de extração da madeira começou a
apresentar queda, revertendo a longa tendência de crescimento experimentada
naqueles primeiros anos. Em contrapartida, cresce, outra a atividade econômica,
a pesca, que ganha impulso a partir dos anos 1970.
A partir de então, a economia de Itajaí se diversifica.
Permanece forte o trabalho no Porto e na pesca, mas há também o aumento no
comércio, indústria e serviços. Em julho de 1983, a cidade e todo o Vale do
Itajaí foram assolados por uma das suas maiores enchentes, em decorrência de um
volume anormal de chuvas. Mas a cidade se reconstrói, fruto principalmente do
trabalho incansável de sua gente.
Vinte cinco anos depois, em novembro de 2008, toda a região
do Vale foi de novo castigada com chuvas intensas, que sobrecarregaram os
níveis dos rios Itajaí-Açu e Itajaí-Mirim, ocasionando outra grande enchente,
que acabou derrubando grande parte do cais do Porto de Itajaí.
ESTRUTURA POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
Eugênio Luiz Müller
Eleito primeiro superintendente municipal de Itajaí a 30 de
agosto de 1891; não pôde tomar posse em razão da Revolução Federalista.
Samuel Heusi
Restabelecida a legalidade, assumiu a superintendência
municipal por nomeação do governo do estado em 24 de abril de 1894 até 7 de
abril de 1895. Samuel Heusi retornaria às funções de superintendente em 1907,
eleito pelo voto dos itajaienses para mais um quadriênio.
Pedro Ferreira e Silva
Superintendente em quatro quadriênios: 1895 a 1898; 1899 a
1903; 1903 a 1907; não pôde concluir o último, iniciado em 1911, em virtude de
seu falecimento neste ano.
Jorge Frederico Tzaschel
Substituiu interinamente o superintendente falecido, tendo
sido eleito em 23 de julho de 1911 para o quadriênio que se estendeu até 1915.
Marcos Konder
Assumiu a superintendência municipal de Itajaí em 1915 e
sucessivas reeleições lhe permitiram dirigir o município por quinze anos até
1930.
Ten. Antonio Quintas Maia
Em 14 de outubro de 1930 assumiu provisoriamente o governo
municipal, com o afastamento de Marcos Konder, em virtude da Revolução de 1930.
Cap. Adolfo Germano D’Andrade
Prefeito provisório, nomeado pelo interventor do estado em 3
de novembro de 1930. Afastou-se em 2 de janeiro de 1932.
Alberto Pedro Werner
Indicado pelo interventor federal, assumiu o governo do
município a 2 de janeiro de 1932 até 2 de maio de 1933.
Arno Bauer
Prefeito provisório de Itajaí no período de 4 de maio de
1933 a 2 de abril de 1936. Em 3 de fevereiro de 1947, tomou posse como prefeito
municipal eleito para o mandato até 31 de janeiro de 1951.
Irineu Bornhausen
Prefeito municipal eleito, tomou posse do cargo a 2 de abril
de 1936. Com o golpe de Estado de 1937, foi mantido no cargo, tendo renunciado
a 12 de janeiro de 1939.
Francisco de Almeida
Nomeado prefeito municipal pelo interventor federal, tomou
posse a 16 de janeiro de 1939 para um período que se prolongou até 24 de março
de 1945.
Abdon Fóes
Prefeito nomeado pelo interventor federal para dois
períodos: de 25 de março de 1945 a 9 de novembro de 1945 e de 14 de fevereiro
de 1946 a 26 de abril de 1947.
Júlio Teixeira
Prefeito nomeado após a queda da ditadura getulista, dirigiu
o município no período de 16 de novembro de 1945 a 31 de janeiro de 1946.
Paulo Bauer
Prefeito Municipal eleito, foi empossado a 31 de janeiro de
1951 a 31 de janeiro de 1956.
Carlos de Paula Seára
Dirigiu o município de Itajaí, eleito para duas gestões: de
31 de janeiro de 1956 a 31 de janeiro de 1961 e de 31 de janeiro de 1966 a 31
de janeiro de 1970.
Eduardo Solón Cabral Canziani
Prefeito municipal eleito para o período de 31 de janeiro de
1961 a 31 de janeiro de 1966.
Julio Cesar
Prefeito municipal eleito para o mandato de 31 de janeiro de
1970 a 31 de janeiro de 1973.
Frederico Olíndio de Souza
Prefeito municipal eleito, dirigiu o município de 31 de
janeiro de 1973 a 31 de janeiro de 1977.
Amílcar Gazaniga
Prefeito municipal eleito para o período de 31 de janeiro de
1977 a 14 de maio de 1982, teve seu mandato prorrogado por força de Emenda
Constitucional date 31 de janeiro de 1983.
Arnaldo Schimitt Junior
Prefeito eleito, assumiu a Prefeitura de Itajaí em 1 de
fevereiro de 1983 e seu mandato foi até 31 de janeiro de 1988. Reeleito,
assumiu a Prefeitura de Itajaí em 1 de fevereiro de 1993 e seu mandato foi até
31 de janeiro de 1997.
João Omar Macagnan
Prefeito eleito para o mandato de 1 de janeiro de 1989 a 31
de dezembro de 1992.
Jandir Bellini
Prefeito eleito de 1 de janeiro de 1997 a 31 de dezembro de
2000 e reeleito para o mandato de 1 de janeiro de 2001 a 31 de dezembro de
2004. Reeleito para os mandatos de 1 de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de
2012 e 1 de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de 2016.
Volnei Morastoni
Prefeito eleito para o mandato de 1 de janeiro de 2005 a 31
de dezembro de 2008 e reeleito para o mandato de 1 de janeiro de 2017 a 31 de
dezembro de 2020.
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