"Indústria Buettner" - Revista CARTUM INTERATIVA nº 160 - Livreto do BUETTNER

 Em 1900 iniciaram as atividades da empresa brusquense, Buettner S/A Indústria e Comércio,  a qual foi a primeira indústria a operar com bordados no Brasil.



Casarão Buettner



A partir de 1920, com a entrada de Heinz Erbe, que casara com a irmã caçula de Edgar, chamada Wally, a empresa E.v.Buettner & Cia. começou a verticalizar a sua produção, incluindo primeiro a TECELAGEM, depois a seção de ALVEJAMENTO em Batêas e. Seguiu-se a ESTAMPARIA e, na primeira metade dos anos 30, a FIAÇÃO! 

Além dos tradicionais Bordados e Rendas, a empresa passa a produzir: Tecidos para cortinados e toalhas de mesa, Felpudos para banhos e tecidos para cama. 

A seção de Bordados e Rendas ficou sob o comando do Edgar! 

Em 1921, a empresa importa 25 teares alemães para a produção de tecidos. Edgar viajou para a Alemanha para comprar teares usados para Heinz Erbe, e também contratou um desenhista de Plauen, de nome Alfred Gather, que veio para Brusque, para trabalhar no setor de rendas e bordados, que ele manteve até o final da vida dele! Este contrato foi elaborado em 03 de agosto de 1921, em Berlim e assinado por Gather em Plauen, em 07 de agosto de 1921! Alfred Gather veio morar em Brusque, retornando à Plauen onde passou a constar do livro de endereços de 1940!

Na década de 1930 começa o processo de modernização. Em 1930, passou a produzir toalhas de banho. 

Em 1934, as primeiras toalhas de mesa. 

A fábrica ficava em frente à Prefeitura Municipal de Brusque, na rua João Bauer, onde hoje é a atual Praça do Sesquicentenário.

 Fábrica na Rua João Bauer


Em 1938, a Buettner inaugura uma loja própria, no centro de Brusque, junto de sua administração geral. A loja ficava ao lado do casarão de Eduard e Albertine von Buettner. 



A primeira loja




O projeto arquitetônico foi feito por Georg Völl, jovem arquiteto alemão que veio ao Brasil em 1937 a convite de Edgar von Buettner. 

A loja tinha a configuração de uma ‘venda’ que é um conceito diferenciado: além de ser uma loja de secos e molhados, ela também funcionava como estabelecimento financeiro. Ou seja, ela recebia depósitos de poupança e concedia pequenos empréstimos aos seus clientes. A loja tinha vários departamentos. No andar superior da loja, funcionava a administração geral da Buettner.

Na parte inferior do casarão da família Buettner, que ficava ao lado, funcionou a primeira Feira Livre de Brusque.

Em 1941, Edgar von Buettner mantinha em funcionamento 80 máquinas de bordar, segundo o autor alemão Erich von Buggenhagen.

Entre 1948 e 1950, a empresa investe na construção de uma nova tecelagem e em fiação, modernizando o seu maquinário.

Em 1948 chega ao Brasil, vindo da Alemanha para assumir a direção da empresa, Gotthard Pastor, genro de Edgar von Buettner, que tinha acabado de falecer. Em 1952, morre também Heinz Erbe, assumindo o seu filho Rolf, o cargo de diretor técnico.

Em 7 de setembro de 1952, a empresa assumiu o modo societário, alterando a razão social para: Buettner S/A Ind. e Com.

Em 1970 começam as exportações para Grã-Bretanha, Suécia, Dinamarca, Áustria, Suiça, Austrália, Nova Zelândia, Canadá e Estados Unidos.

A partir de abril de 1980, a empresa passou a ter suas ações negociadas em bolsas de valores, principalmente na Bovespa.

O parque fabril no bairro Bateas começa a ser construído em 1980 e a partir de 1988 começa a funcionar tecelagem, fiação, estamparia e tinturaria de fios.


Parque fabril no bairro Bateas




Em 1992, a empresa investiu pesado em modernização, informatizando e automatizando a produção, em busca do enquadramento nas normas do ISO 9000. Só em equipamentos, foram 3 milhões e 700 mil dólares investidos, incluindo dus máquinas alemãs Schmale, alemãs, para costura longitudinal de toalhas, mais duas Magitron, italianas, para corte e costura transversais. Então as únicas na América Latina, essas máquinas permitiam a transferência de 45 pessoas para outros setores.

Vieram também máquinas modernas para corte, acabamento, tingimento, e formação de tecido aveludado. 

Em 1994, ganhou o diploma "Ação Verde", da Sociedade para o Incentivo do Gerenciamento Ambiental (SIGA), pelos 40 km² que havia reflorestado. O trabalho começou em 1979, tendo plantado neste período 3 milhões de árvores.

Em 1996, todas as instalações são transferidas para o bairro Bateas, onde administração e parque fabril ficaram unidos.

Em 1998, o controle da companhia foi alterado  deixando de ser uma empresa familiar. Atualmente está na mão da Erpa Administradora de Bens e Participações Ltda. 

ERPA é a “SIGLA” ou abreviação dos nomes ERBE & PASTOR, os quais controlavam a Empresa!  


Em 2010 a Indústria Buettner comemorou 110 anos de fundação. A crise nas fábricas centenárias de Brusque começou com a abertura comercial do país em 1990. A crise do algodão que ocorreu em 2010/2011 agravou a já frágil situação econômica destas empresas, culminando em vários pedidos de falência.

Em fevereiro de 2011 as operações da Buettner cessaram devido a estes fatores. Em maio deste mesmo ano ela entrou com pedido de recuperação judicial, que foi aprovado em 28 de fevereiro de 2012. Para manter-se em funcionamento, a empresa demitiu cerca de 60% dos seus funcionários. Em 2015 começou a produzir para terceiros.

 Em abril de 2016 a companhia pediu falência, encerrando uma história com mais de 100 anos.


 

Fonte: Pesquisas Robson Gallassini

https://m.facebook.com/industriastexteisdovaledoitajai/posts/899161773490088/?_rdr


Leia abaixo uma reportagem sobre Brusque publicada na revista "Manchete", no ano de 1966. 

"O gosto pelo estudo e a música, o espírito religioso, o amor ao trabalho e a um bom chope marcam o brusquense, descendente de imigrantes alemães que procuraram construir uma cidade semelhante às das margens do Reno. O progresso foi rápido. 

Já em 1892 Carlos Renaux instalava a primeira fábrica de fios de algodão do estado. Até hoje a economia do município se alicerça na indústria têxtil, fabricando tecidos de fama nacional. O município é o 3º maior contribuinte do erário federal em Santa Catarina e o 6º em relação aos cofres estaduais. 


A administração do atual prefeito foi iniciada em janeiro, imprimindo um ritmo novo e intenso de trabalho, reaparelhando a municipalidade com maior número de veículos e reorganizando os serviços internos. Como na maioria dos municípios catarinenses, também em Brusque o grande problema são as precárias rodovias.

 Há mais de 15 anos o governo federal iniciou a construção do ramal ferroviário para Itajaí, que foi abandonado. A grande reivindicação é o aproveitamento desse leito para a construção de uma estrada asfaltada de acesso à BR-101. 

As Organizações Renaux, parque industrial onde trabalham cerca de 2500 pessoas, garante a subsistência de quase dez mil, correspondendo a um terço da população. Produz os mais finos tecidos para vestuário, como o Tebilizado Renaux, fabricado em convênio com a Tootal Broadhurst Lee Co. Ltd. de Manchester, Inglaterra, até tecidos para decoração, cortinas, madras e gobelins, lonas, lonitas, atoalhados, brins militares, etc. Entre as dezenas de outras tecelagens, destacam-se a Buettner S.A. Comércio e Indústria e Cia. Industrial Schlosser.

Existem, ainda, em Brusque, fábricas de carrocerias de ônibus, malharias, fundição, máquinas de lavar roupa, confecções e curtumes, além de agropecuária, destacando-se a Indústria de conserva Kormann. Merece referência especial a usina de ressecagem da Cia. Souza Cruz. Seus 180 instrutores visitam constantemente os 6.500 plantadores de fumo, aconselhando-os e ajudando-os na produção, que, em 1965, resultou numa safra de quase 30 mil toneladas. A Companhia de Cigarros Souza Cruz com sua mentalidade progressista contribui também em outros setores de atividade."

 

Fonte:  https://www.brusquememoria.com.br/site


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