Casas de Comércio - Revista CARTUM INTERATIVA nº 160 - Livreto do BUETTNER.
As vendas eram encontradas nas sedes, no cruzamento das estradas de rodagem e no centro dos núcleos menores. Ali, as mercadorias eram trocadas “in natura”. O vendeiro adquiria dos colonos o excedente da produção colonial e lhes dava em troca sal, toucinho, pólvora, charque, ferramentas, pregos, corda, querosene, chumbo, louça, remédio, velas de sebo, tecidos, etc. Era também na venda que o colono ia buscar a sua correspondência. Sob o balcão, os negócios eram discutidos, enquanto se tomava café com mistura ou outras bebidas, os mais diversos assuntos que o vendeiro, que lê jornal e mantém contato com as cidades vizinhas, transmitia aos colonos.
Carlos Renaux introduziu o uso de moedas no lugar das trocas, o que, segundo os autores, teria agradado aos colonos locais.
As lojas de "Secos e Molhados", em Brusque, chamadas de "Vendas", funcionavam também como instituições financeiras, já que na época não havia bancos em Brusque.
A venda aceitava depósitos de poupança e concedia créditos para os colonos. Essa atividade era administrada pela esposa de Eduardo, Albertine, a qual também iniciou, junto com a sua filha mais velha, Mimi, a produção de aventais e de panos para sombrinhas, incluindo, provavelmente, a produção de mosquiteiros.
A residência de Eduard e Albertine Burow von Buettner, construída antes de 1900, ficava na Cônsul Carlos Renaux, 120, foi derrubada, na década de 1980, quando já pertencia à sra. Helga Erbe Kamp.
Cabe lembrar que os colonos moravam distantes da Sede e para alcançar as vendas, muitas vezes, a distância percorrida era enorme. Seguiam, no começo, a pé, depois a cavalo ou carroça, dependendo das condições de cada colono.
Levavam consigo
suas mercadorias que eram trocadas por produtos de que necessitavam não se
fazia uso de dinheiro. Os vendeiros realizavam o comércio com Itajaí e
Desterro, levando os produtos da colônia e trazendo os bens básicos para os
colonos, tudo isso com um ganho bastante elevado. O transporte era realizado
pelo Rio em canoas e depois lanchas a motor. Uma da qual temos o conhecimento
era a lancha Selma, de propriedade do Renaux, movida a motor.
Os vendeiros funcionavam como uma espécie de banco guardando os dinheiros dos colonos, mas era o colono quem pagava juros ao vendeiro por esse ter guardado o dinheiro.
Os
colonos só recebiam dinheiro em espécie, quando forneciam banha de porco e fumo, produtos
de grande valor. Esse valor pago pelo vendeiro retornava para suas mãos para
ser guardado.
"Brusque os 60 e o 160: Elementos da Nossa História" (Rosemari Glatz)
Pesquisa: Robson Gallassini (in memoriam)
[1]
Relatórios e outros documentos. 02 de dezembro de 1864 – petição. Original
arquivados no Museu e Arquivo Histórico do Vale do Itajaí-Mirim.
[1]
BUGGENHAGEM, Erich Arnold von. A
história econômica do município de Brusque e a obra do Cônsul Carlos Renaux. São
Paulo: Ed. Instituto Hans Staden, 1941, p.
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