BRUSQUE ONTEM "A Guerra do Paraguai" - Revista CARTUM INTERATIVA nº 157
No dia seguinte, alguns editais escritos de próprio punho já estavam afixados nos locais mais frequentados da Colônia, conclamando os colonos que se sentissem capacitados para a gloriosa missão a irem à Casa da Diretoria para o devido alistamento militar. No dia seguinte da fixação do ofício pelo Barão, o colono Frederico Heeren afixou outro, ao lado do primeiro, dizendo ser ele o responsável pelo alistamento dos voluntários e que eles deveriam comparecer à sua casa. O Barão não contrariou.
Apesar de o patriotismo, intrigas e calotes marcaram esse recrutamento. O colono Guido de Seckendorf que dizia ter experiência nas coisas da administração e da burocracia, investiu-se da patente de oficial tenente e foi para o Desterro: queria saber sobre os trâmites da guerra. Quando retornou, não quis mais reconhecer a autoridade do Barão de Schneeburg nos assuntos militares. Para o arrogante oficial de ocasião, guerra era assunto para militar, e o Diretor deveria se restringir às coisas da administração civil. Apesar de o incidente, no dia 15 de outubro, 24 voluntários embarcaram rumo à capital.
Ao acamparem na barra do Itajaí-Mirim, o “tenente” Guido, que havia recebido 100 mil réis do Diretor, deixou de pagar a conta da despesa com a alimentação e a hospedagem de seus soldados. Segundo consta no livro de Oswaldo Cabral, o pobre Barão acabou pagando de seu próprio bolso o primeiro calote da tropa colonial organizada para a defesa da nação brasileira.
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