CÔNSUL CARLOS RENAUX - Revista CARTUM INTERATIVA nº 153 - LIVRETO DO CÔNSUL.

ATENÇÃO: 

As histórias em quadrinhos contidos no Livreto do Cônsul são meramente ilustrativas não servindo como fonte de pesquisa!!



 (Retirado do livro "Páginas de Uma Cidade- Crônicas", de João José Leal - 2012)


Brusque comemorou, no último 04 de Agosto (de 2021), seus 161 Anos de Fundação. A sobrevivência das primeiras gerações de colonos vindos da Europa, somente foi possível graças às mãos calejadas pelo trabalho duro no manejo do machado, da foice, da pá e da enxada. Mas, no final do século XIX, a cidade havia mudado o seu perfil econômico, com a implantação das primeiras indústrias têxteis. Assim, no ano de 1911, a figura de Carlos Renaux, que chegara à cidade em 1882, despontava como o líder de uma comunidade que busca consolidar sua vocação para a produção industrial.

Carlos Renaux foi um dos maiores personagens da história econômica, política e social da nossa cidade. Na área política, exerceu os mandatos de vereador (na época, conselheiro municipal), de prefeito (intendente do município de Brusque) e eleito um dos 22 deputados à Constituinte de 1891. Esta eleição garantiu-lhe projeção em todo o Estado de Santa Catarina, na nova fase política do Brasil republicano.

Como empreendedor, embora sem experiência no ramo têxtil, foi o fundador de uma empresa que, durante mais de 100 anos, foi o símbolo maior da atividade e produção industrial da nossa cidade. Além disso, sempre sonhou com a implantação de uma fábrica de cimento no vale do Itajaí-Mirim, que teria sido importante fator de progresso para toda a região.

Por isso e por muito mais, não surpreende que, já em agosto de 1911, o então denominado Coronel Carlos Renaux (seu título de cônsul só lhe seria concedido anos mais tarde) tenha sido alvo de calorosa homenagem prestada pela comunidade brusquense, quando retornava de uma viagem à Europa. Em sua chegada, foi recepcionado com uma grande festa, expressão da admiração e gratidão dos seus conterrâneos.

Conta o historiador Ayres Gevaerd que "uma grande comitiva", liderada pelo Superintendente Municipal Guilherme Krieger, postou-se junto à entrada da cidade para recepcionar o ilustre e importante brusquense. Certamente, na expectativa de que trazia consigo novas ideias e projetos para o desenvolvimento de nossa cidade.

Anunciada em seu trajeto pelo pipocar de foguetes, a caravana seguiu para o centro da cidade e os festejos continuaram com um baile no Clube Caça e Tiro. Não sei se no começo ou final do fandango, aconteceu o esperado momento do discurso, que interrompeu o ritmo e os acordes da Banda Musical Concórdia para - imagino eu - um relato das novidades de uma Europa distante e, àquela época, cheia de avanços desconhecidos ou inacessíveis aos habitantes da pequena comunidade perdida no sul do Brasil.

Creio que tudo isso explica porque, passados 100 anos, a figura do Cônsul Carlos Renaux continua presente na vida do brusquense. Seu nome continua estampado no hospital-maternidade, num dos principais colégios e em outros estabelecimentos e espaços comunitários. Na praça central de Brusque, encontra-se sua estátua em corpo inteiro. Dali, imortalizado no bronze do reconhecimento coletivo, o velho Cônsul, certamente, tem contemplado as mudanças que o tempo implacável operou na vida econômica e social da cidade que escolheu para viver e morrer e pela qual tanto fez.

 (Retirado do livro "Páginas de Uma Cidade- Crônicas", de João José Leal - 2012)


Medalha 1962 Centenário Cônsul Carlos Renaux.



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