BRUSQUE E A REPÚBLICA - Revista CARTUM INTERATIVA nº 153 - LIVRETO DO CÔNSUL
ATENÇÃO:
As histórias em quadrinhos contidos no Livreto do Cônsul são meramente ilustrativas não servindo como fonte de pesquisa!!
A partir daí a freguesia passaria a ter sua própria câmara de vereadores. Essa foi instalada em 8 de julho de 1883. Para os cargos de vereadores foram eleitos: Germano Willerding – presidente; João da Silva Mafra Neto, Guilherme Krieger, Pedro Jacob Heil, Cristovam Stack, Belmiro de Amorim Serva, Augusto Afonso Viana.
O cargo de
vereador era ocupado, geralmente, por homens ligados ao comércio. Mas no dia 15 de novembro de 1889, o Imperado D. Pedro II tinha abandonado o
país e muita coisa mudou.
- No dia 15 de novembro de 1889 o Brasil deixava de ser uma monarquia para ser uma república.
- Em Brusque, no dia 23 de novembro de 1889, na sessão da Câmara de Vereadores era dada a notícia: “O Imperador e sua família deixaram o país. Deodoro da Fonseca proclamara a República”.
- Os políticos locais trataram de realizar as mudanças. A Câmara de Vereadores passou a chamar-se Intendência Municipal, passando de sete para cinco o número de representantes populares.
A Proclamação da República em 1889 favorece Carlos Renaux, sendo que ele
se torna até mesmo um dos deputados da Assembleia Constituinte de Santa
Catarina, ganhando notoriedade além das fronteiras municipais. Devemos lembrar
que a política daquela época era bem diferente, marcada pelo coronelismo. Neste
contexto o Estado não se fazia tão presente no interior do país, sendo que as
cidades eram comandadas pelo poder das elites locais, os coronéis.
- A República adotara um Estado laico (sem religião oficial), fato que gerou conflitos na comunidade local, como esse que você pode ler nos quadrinhos acima.
- Com a República o Dr. Lauro Müller fora nomeado governador de Santa Catarina, que no dia 17 de janeiro de 1890 resolve mudar a denominação do município de São Luiz Gonzaga para Brusque.
- Depois dessa medida, o nome de Francisco Carlos de Araújo Brusque (Presidente da Província de Santa Catarina em 1860) era oficializado.
A proclamação da República significou ruptura política e moral na vida do
Império, em que Estado e Igreja Católica estavam unidos. Até a data, o Imperador
concedia os sinos às igrejas e os luteranos não podiam erigir torres com sinos.
O Estado era Católico, em grande parte subvencionando a Igreja. O padre era funcionário do Estado e os registros de batizado, casamento e óbitos estavam sob a guarda da igreja.
A República desvinculava as ações do Estado ao compromisso com a Igreja. E assume a forma laica. Os políticos republicanos, contudo, permaneciam ainda católicos, criando diversos conflitos sociais. Em Brusque, apenas a família Boettger renunciou em favor da Igreja Luterana. Um escândalo para época.
A colônia desmembrava-se então da Vila do Itajaí, assumindo o nome de Município de São Luís. Os imigrantes mais abastados, ativos e voltados ao comércio local passavam a assumir papéis políticos. Adrian Schaefer liderou os republicanos, que eram pequenos comerciantes.
Wilhelm Krieger comandava os monarquistas, gente mais
conservadora, ligada aos valores do Império e da Igreja Católica. Entre estes,
estavam Sebastian Belli, Karl Kraemer, Peter Heil, Anton Malucher e um tal de
Wessenhold.
Pe. Fritzen entrou na campanha e negou Adrian Schaefer como padrinho de batizado de uma criança de Anton Werner. Alegou que aquele não cumprira com as obrigações pascais e não realizou o batizado. A intriga tomou conta até das pessoas mais simples.
Foi então que os monarquistas emboscaram o padre e o despacharam amarrado numa carroça para Vila do Itajaí. O vigário pegou um advogado e levou o caso ao governador, e este impôs um plebiscito na Vila.
Mas Pe. Fritzen obteve 365 contra 62 votos e re-assumiu na Festa de Saint Alois, rezando uma missa de protesto, em silêncio. Os revoltosos decidiram invadir a casa paroquial e expulsar novamente o padre, agora com fogos de artifício. Mas o delegado, Sebastian Belli, descobriu a trama e no dia, armado com um cajado de tangerina, surpreendeu os revoltosos na cerca-viva da paróquia, com surra e correria. Os gritos de Viva São Luís foram substituídos por ai que dor!. A discussão na Câmara virou agressões políticas. A presidência da Província foi comunicada, e levou o caso ao Bispado do Rio de Janeiro. No começo de 1892, o padre foi chamado a prestar contas.
Pesquisa: Robson Gallassinni (in memoriam)
e Carlos Eduardo Michel.
Comentários
Postar um comentário