OUTRAS PANDEMIAS
A pandemia do novo coronavírus está se alastrando pelo mundo
com centenas de milhares de infectados e dezenas de milhares de mortos,
abalando famílias e causando pânico em nações inteiras, mas não é a primeira
vez que ocorre uma situação tão grave assim.
O cenário é semelhante ao que já aconteceu em outros
momentos da humanidade, em que doenças se espalharam pelo mundo e causaram
estragos. Conheça as principais pandemias que assolaram o planeta.
1. Peste bubônica (Peste Negra)
Entre 1343 e 1353, durante a Idade Média, estima-se que um
terço da população europeia tenha morrido por conta da peste bubônica. A doença é causada pela bactéria Yersinia
pestis e se dissemina pelo contato com pulgas e roedores infectados. Os
sintomas são parecidos com uma gripe forte, com febre, calafrios e dores
musculares, mas além disso os infectados apresentam inchaço dos gânglios
linfáticos na virilha, nas axilas ou no pescoço. Alguns dos grandes agravantes
da disseminação da doença foram questões de higiene e saneamento da região na
época. No total, a praga pode ter reduzido a população mundial de 450 milhões
de pessoas para 350 milhões.
2. Varíola
A doença atormentou a humanidade por mais de 3 mil anos. O
faraó egípcio Ramsés II, a rainha Maria II da Inglaterra e o rei Luís XV da França
tiveram a temida “bixiga”. O vírus Orthopoxvírus variolae era transmitido de
pessoa para pessoa, por meio das vias respiratórias. Os sintomas eram febre, dores
no corpo, seguida de erupções na garganta, na boca e no rosto. Entre 1896 e
1980, cerca de 300 milhões de pessoas morreram por causa da doença. Felizmente,
a varíola foi erradicada do planeta em 1980, após campanha de vacinação em
massa.
3. Cólera
Sua primeira epidemia global, em 1817, matou centenas de
milhares de pessoas. Desde então, a bactéria Vibrio cholerae sofre diversas
mutações e causa novos ciclos epidêmicos de tempos em tempos e, portanto, ainda
é considerada uma pandemia. A bactéria da cólera, Vibrio cholerae, libera uma
toxina que provoca diarreia intensa, cólica e enjôos, e a pessoa infectada pode
acabar morrendo por desidratação. Apesar de existir vacina contra a doença, ela
não é 100% eficaz. O tratamento é à base de antibióticos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 28 mil a 142
mil pessoas morram por causa da doença todos os anos. Transmitida pelo consumo
de água ou de alimentos contaminados, a doença afeta mais países
subdesenvolvidos pela precariedade dos sistemas de saneamento. Um dos países
mais atingidos pela cólera foi o Haiti, em 2010. O Brasil já teve vários surtos
da doença, principalmente em áreas mais pobres do Nordeste. No Iêmen, em 2019,
mais de 40 mil pessoas morreram devido à enfermidade.
4. Tifo
Com um contexto parecido com o de disseminação da peste
bubônica, o tifo matou mais de 3 milhões de pessoas após a Primeira Guerra
Mundial, entre 1918 e 1922. A rede de saneamento estava altamente prejudicada e
isso impulsionou a transmissão, que também ocorria por meio de pulgas que
tiveram contato com ratos infectados, pela bactéria Rickettsia prowazekii. Os sintomas eram dor de cabeça e nas
articulações, febre alta, delírios e erupções cutâneas hemorrágicas.
4. Gripe Espanhola
Acredita-se que entre 40 e 50 milhões de pessoas tenham
morrido na pandemia de gripe espanhola de 1918, que durou até 1920, causada por
uma variação do vírus influenza mortal. Mais de um quarto da população mundial
na época foi infectada (cerca de 500 milhões de pessoas) e até o então presidente
do Brasil, Rodrigues Alves (que havia sido eleito pela segunda vez), morreu da
doença, em 1919. O vírus veio da Europa, a bordo do navio Demerara. O
transatlântico desembarcou passageiros infectados no Recife, em Salvador e no
Rio de Janeiro. No Brasil, mais de 30 mil pessoas morreram.
Os sintomas da doença eram muito parecidos com o atual
coronavírus Sars-CoV-2, e não existia cura. Em São Paulo, a população foi atrás
de um remédio caseiro feito com cachaça, limão e mel. De acordo com o Instituto
Brasileiro da Cachaça, foi dessa receita supostamente terapêutica que nasceu a
famosa bebida “caipirinha”.
A gripe espanhola não recebeu esse nome porque a Espanha foi
o país mais atingido pela pandemia, mas porque ela falou abertamente da doença.
Por ser um país neutro na Primeira Guerra, que estava em andamento, a imprensa
falava mais da pandemia, sem pressão do governo para evitar mencionar um vírus
mortal que poderia afetar o moral da população.
5. Tuberculose
O surto de tuberculose durou 100 anos, de 1850 a 1950. Hoje,
apesar da doença ser considerada controlada, ela ainda afeta regiões mais
pobres do planeta. Acredita-se que mais de 1 bilhão de pessoas tenham morrido
da doença e, segundo a OMS, é a doença infecciosa que mais mata no mundo. Causada
por uma bactéria, o Bacilo de Koch, a tuberculose só passou a ser tratada após
a descoberta da penicilina, por Alexander Fleming, em 1928.
Afetando o sistema respiratório, o sintoma mais grave é a
insuficiência respiratória. Pessoas infectadas apresentam crises de tosse aguda
com sangue e pus.
6. HIV
Com o início do surto na década de 1980, a AIDS, sigla em
inglês para Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Acquired Immunodeficiency
Syndrome), é uma doença causada pelo vírus HIV. Desde então, estima-se que mais
de 20 milhões de pessoas morreram por complicações da doença. O vírus prejudica
o sistema imunológico dos infectados atacando linfócitos fundamentais para as
defesas do organismo. Existem duas prevenções para o HIV: utilização de
preservativo e profilaxia pré-exposição (o PrEP). Até hoje nenhuma cura para a
doença foi encontrada.
7. Gripe Suína (H1N1)
Conhecida como gripe suína, o H1N1 foi o primeiro causador
de pandemia do século 21. O vírus surgido em porcos no México, em 2009, e se
espalhou rapidamente pelo mundo, matando mais de 18 mil pessoas. No Brasil, o
primeiro caso foi confirmado em maio daquele ano e, no fim de junho, 627
pessoas estavam infectadas no país, de acordo com o Ministério da Saúde.
O contágio acontece a partir de gotículas respiratórias no
ar ou em uma superfície contaminada. Seus sintomas são os mesmos de uma gripe:
febre, tosse, dor de garganta, calafrio e dor no corpo.
A pandemia provocada pelo novo coronavírus é assunto em todo
o mundo desde o início de janeiro de 2020, quando os primeiros casos começaram
a brotar e se espalhar a partir da China.
Com o passar das semanas e o aumento dramático no número de
infectados, eventos começaram a ser cancelados ou suspensos. Festivais e
campeonatos esportivos foram paralisados. Líderes mundiais como o americano
Donald Trump e a alemã Angela Merkel admitiram recentemente que vivemos o maior
desafio global desde a Segunda Guerra Mundial, que durou de 1939 a 1945.
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