A CHEGADA DOS PIONEIROS EM BRUSQUE - Revista CARTUM GASPAR nº 06

 Na manhã do dia 24 de julho de 1860, a Belmonte, uma Canhoneira da Marinha de Guerra do Brasil, ancorou no porto da cidade de Nossa Senhora do Desterro, capital da Província de Santa Catarina.

 Ali, os imigrantes alemães que seriam instalados na Colônia Itajahy (Brusque) embarcam. Junto com eles estava o presidente da província de Santa Catarina, Francisco Carlos de Araújo Brusque, acompanhado do Major João de Souza Mello Alvim, do Barão Maximiliano von Schneeburg entre outros. 

Seu destino era o porto da Vila do Santíssimo Sacramento do Itajaí. Depois de todos os passageiros terem embarcado, a nave de guerra levantou âncora e partiu, deixando atrás de si uma espiral de fumaça saída de sua chaminé. 

Depois de algumas horas de viagem a embarcação chegava à foz do rio Itajaí-Açu, porta de entrada para as Colônias Itajahy e Blumenau.

Os passageiros olhavam agora para a Vila de Itajaí, formada por algumas casas e uma igreja que podia ser avistada de dentro do barco. 
Major Alvim foi para terra com o propósito de providenciar hospedagem ao Presidente da Província e de sua comitiva. 

A Belmonte seguiu rio acima até a barra do rio Itajaí-Mirim, local em que se encontrava o armazém construído para receber os imigrantes. Mais uma etapa da viagem estava concluída.
 Enquanto os imigrantes alemães descansavam alguns dias no Barracão dos Imigrantes, construído na barra do rio Itajaí-Mirim, o Barão von Schneeburg organizava os preparativos para a viagem seguinte. 

Procurava deixar tudo em ordem e garantir o número de canoas e canoeiros necessários para levar os imigrantes até o local onde seria instalada a nova colônia. Levaram cinco dias para chegar ao local escolhido.


Desembarcaram no dia 04 de Agosto de 1860, em propriedade de Pedro José Werner, que morava no lado direito do rio, próximo do local onde está a Sociedade Esportiva Bandeirantes, o qual possuía engenho de farinha. Ali os imigrantes passaram seus primeiros dias, enquanto os lotes eram preparados. 


Já no outro dia o diretor da colônia auxiliado pelos colonos, inspecionou o local para instalação da sede da colônia. O Barão trazia consigo informações do Major João de Souza Mello e Alvim que havia indicado como local para a sede da colônia um terreno em frente ao lugar chamado Vicente Só, no outro lado do rio, por ser de fácil acesso e com menor risco de inundação. 

Caminharam pelo local, subiram os morros onde hoje estão as igrejas católica e protestante, verificaram a existência de algumas nascentes de água nas proximidades. Encontraram as picadas, feitas pelos agrimensores dois anos antes, fechadas pelo mato. Trataram de limpá-las e abrir novas, além de providenciar a construção de 4 barracões para servirem de alojamento aos colonos. 

Pesquisa: Robson Gallassini (in memoriam)




História

De acordo com o historiador Oswaldo Rodrigues Cabral, o movimento colonizador de Santa Catarina iniciou-se no ano de 1829, dirigindo-se especialmente para a zona litorânea, com a chegada dos primeiros imigrantes alemães, que se localizaram, então, em território que constituía o Município de São José.


O ano de 1829 marca a fundação da Colônia de São Pedro de Alcântara. Outras colônias alemãs podem ser enumeradas, 1837 em Vargem Grande; 1847 em Piedade; 1850 em Blumenau; Itajaí em 1860.

Em 25 de julho de 1860, desembarcam em Itajaí, a primeira leva de 55 colonos alemães. Eles partiram da ilha de Santa Catarina, com o vapor Belmonte, este que havia participado das operações da Guerra do Paraguai.

O Belmonte tinha como destino à pequena vila de Itajaí. A bordo encontrava-se o Presidente da Província, Dr. Francisco Carlos de Araújo Brusque, que acompanhou os primeiros colonos até a barra do Itajaí-Mirim.

A nova colônia “Itajahy” leia-se Brusque, vai ser fundada pelo Barão Von Schneeburg, primeiro Diretor da Colônia em 1860. Guiados pelo Barão austríaco, colonos alemães, seguiam em canoas rio acima, para o seu novo lar, entre eles: Augusto Hoeffelmann, João Wilhelm, Frederico Guilherme Neuhaus, João José Scharfenberg, Frederico Orthmann, João Germano Boiting, João Ostendarp, Jacob Morsch, Daniel Walter, Luis Richter, etc.

Formação Administrativa


Distrito criado com a denominação de São Luiz Gonzaga, por Lei Provincial n.º 693, de 31-07-1873, subordinado ao município de Itajaí.

Elevado à categoria de vila com a denominação de São Luiz Gonzaga, por Lei Provincial n.º 920, de 23-03-1881, desmembrado de Itajaí. Instalado em 08-07-1883.
Pelo Decreto Estadual n.º 77, de 17-0-1-1890, a vila de São Luiz Gonzaga passou a denominar-se Brusque.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1911. A vila já denominada Brusque é constituída do distrito sede.
Elevado à categoria de cidade e sede do município, pela Lei Estadual n.º 1.123, de 23-09-1916.

Nos quadro de apuração do Recenseamento Geral de 1-IX-1920, o município é constituído do distrito sede.
Pela Lei Municipal n.º 26, de 08-02-1925, é criado o distrito de Pôrto Franco e anexado ao município de Brusque.
Pela Lei Municipal n.º 4, de 15-07-1928, é criado o distrito de Santa Luzia, desmembrado do distrito de Pôrto Franco e anexado ao município de Brusque.

Pela Lei Municipal n.º 8, de 21-11-1928, o distrito de Santa Luzia passou a denominar-se Adolfo Konder.
Por Decreto Estadual n.º 16, de 29-11-1930, o distrito de Adolfo Konder passou a denominar-se Vidal Ramos.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído de 3 distritos: Brusque, Pôrto Franco e Vidal Ramos (ex-Adolfo Konder).
Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o município aparece com 4 distritos: Brusque, Nilo Peçanha, Pôrto Franco e Vidal Ramos.

Pelo Decreto-lei Estadual n.º 941, de 31-12-1943, o distrito de Pôrto Franco passou a denominar-se Botuverá e o distrito de Nilo Peçanha a denominar-se Itaquá.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1955, o município é constituído de 4 distritos: Brusque, Botuverá (ex-Pôrto Franco), Itaquá (ex-Nilo Peçanha) e Vidal Ramos.
Pela Lei Estadual n.º 272, de 03-12-1956, é desmembrado do município de Brusque os distritos de Vidal Ramos e Itaquá.
 
Para formar no novo município de Vidal Ramos.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído de 2 distritos: Brusque e Botuverá.
Pela Lei Estadual n.º 821, de 07-05-1962, é desmembrado do município de Brusque o distrito de Botuverá. Elevado à categoria de município.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído do distrito sede.
Assim permanecendo em divisão territorial até hoje.

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