Barão von Klitzing - Revista CARTUM INTERATIVA nº 149

 


O exemplo de dedicação e honestidade revelado pelo Barão de Schneeburg, na administração e no trato dos escassos recursos financeiros da Colônia Itajahy-Brusque, não serviu de exemplo para o seu sucessor: o também austríaco Frederico von Klitzing (que administrou a colônia entre maio de 1868 e outubro de 1869). O segundo barão da administração brusquense aqui chegou de forma inesperada, na noite do primeiro dia de festa da Sociedade de Atiradores. Começou com festa, mas apesar de o seu título de nobreza, terminou seu mandato preso por desvio do dinheiro público pertencente ao tesouro da Colônia. Em setembro de 1869, o Barão Klitzing recebeu, na tesouraria da fazenda provincial, a quantia de 12 contos de réis, destinada ao pagamento das despesas com a administração da colônia. O dinheiro saiu de Desterro, mas não chegou ao destino.




O diretor Klitzing comunicou à polícia que havia sido vítima de assalto durante o transporte do dinheiro. No entanto, sua versão não convenceu a autoridade policial e Klitzing acabou sendo acusado de peculato, ou seja, de apropriação indevida de dinheiro público. Os documentos oficiais não fazem referência a esse grave crime, mas o jornal “A Província”, de 24/06/1871, faz dura crítica ao juiz do processo, acusando-o de ter “torcido a lei para deixar fugir um ladrão do dinheiro público”. Durante sua transferência para o presídio da capital, o réu atirou-se ao mar nas proximidades de Ganchos (hoje, Gov. Celso Ramos). É possível que o dinheiro indevidamente apropriado tenha sido recuperado. Afinal, se Klitzing acabou preso, ficaria difícil esconder o produto do crime. Além disso, o relatório de sua administração não menciona qualquer desvio de verba.

Retirado do livro "Páginas de Uma Cidade - Crônicas João José Leal"

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