ALCOOLISMO
ALCOÓLICOS ANÔNIMOS em BRUSQUE
No primeiro andar do prédio, da Igreja Matriz São Luiz Gonzaga,
na sala 10, um grupo de pessoas se reúne três vezes por semana, nas segundas, quartas e sextas feiras, das 20 hs às 22 hs.
É o Grupo NOVO LAR, de apoio para alcoólatras anônimos em busca de recuperação, atuando na cidade há mais de quatro décadas.
Endereço: Salão Paroquial Igreja Matriz São Luiz Gonzaga, sala 10. - Rua Padre Gattone, 75 - Centro de Brusque
Whats App: 47 9 9633-7202 (Cris).
Site principal do AA: https://www.aa.org.br/
ESTATÍSTICAS
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em todo o mundo, são registrados anualmente cerca de 3,3 milhões de óbitos decorrentes do consumo nocivo de bebidas alcoólicas. Para se ter uma ideia, quase 6% de todas as doenças são causadas pelo álcool. Ainda de acordo com o relatório da OMS divulgado em 2018, 28% das mortes causadas pelo álcool, são originárias de lesões provocadas por acidentes de trânsito. Outras 21% são distúrbios digestivos graves, 19% são doenças cardiovasculares e o restante doenças infecciosas, câncer e transtornos mentais.
CURA POSSÍVEL
Com reuniões e o efeito terapêutico, o A.A. (Alcoólicos Anônimos) é um programa de reabilitação e recuperação. Criado em 1935, nos Estados Unidos, o A.A é uma comunidade internacional. Em Brusque, o grupo Novo Lar completou 41 anos de existência, em 02 de outubro de 2.019.
No programa, é possível encontrar formas de se manter sóbrio, com 36 princípios: 12 passos, 12 tradições e 12 conceitos.
O aposentado Adalberto (77 anos de idade e há 30 participante do grupo) explica que são os PASSOS, o maior foco do trabalho. pois se baseiam muito na espiritualidade. As TRADIÇÕES focam em manter a irmandade e o anonimato. Os CONCEITOS falam de trabalhos mundiais. Mas tudo começa no grupo.
O PRIMEIRO PASSO
O cansaço, a euforia ou a depressão são gatilhos para o temível primeiro gole, nos explica Adalberto. "O alcoolismo é uma doença e o álcool é mais forte do que nós. Ou você bebe para morrer (precocemente) ou pára de beber para viver", comenta ele.
Alguns integrantes citam que quando começaram a frequentar, foi um choque descobrir que o alcoolismo seria uma doença. "É uma doença que não tem cura: ela apenas fica estabilizada", cita um deles.
Adalberto, que é um alcoólatra em recuperação, relata que o AA foi a melhor saída para ele. Recorda que quando ingeria bebidas alcoólicas, perdia o domínio da própria vida. "Eu sabia que era um alcoólatra, mas não admitia. Negava para as pessoas e para mim mesmo", admite.
Ele conta que bebia até para ter coragem de conversar com a própria esposa, pois não tinha uma comunicação adequada. Achava que poderia "arrumar" ela. "Eu achava que eles tinham que me aceitar e não me cobrar. Quando falavam para eu não beber, era aí que eu bebia muito."
"A doença é física, mental e espiritual. Nas duas primeiras, o alcoólatra pode procurar por um profissional, mas a parte espiritual ele precisa buscar. Hoje, vivo em paz".
PROBLEMAS DO ÁLCOOL
Entre as falas dos integrantes estão as desconfortáveis motivações dos amigos que, em alguns casos, fazem um convite para beber uma cerveja a fim de comemorar a sobriedade. "Sabemos que não é por mal, eles não fazem ideia de como é passar pelo alcoolismo", diz um homem.
"O alcoólatra não está na rua, não tem raça, discriminação, distinção econômica ou de idade. O alcoolismo pode atingir a todos", diz uma integrante do grupo que se apresenta como alcoólatra em recuperação.
Um homem de 60 anos (que está há 20 sem ingerir álcool) fala do desafio de evitar o primeiro gole, e do medo da recaída.
A partilha de depoimentos segue entre homens e mulheres de diversas idades, com histórias e desabafos. São anos sem beber, recaídas no final de semana, arrependimentos, perdas, mas também histórias de redenção. A volta por cima.
O desejo, após a partilha, é ter mais 24 hrs de serenidade e sobriedade.
VIDAS MUDADAS
No grupo está a pedagoga Márcia, de 54 anos. Ela relata que chegou no grupo para aprender a beber corretamente. Com o programa, viu que precisava ser tratada e parar de vez com a ingestão do álcool. "Aqui é o caminho para esse tratamento. Esse é o remédio: a frequência nas reuniões. As pessoas que estão aqui têm a mesma doença que eu. Isso dá a liberdade de falar tudo o que eu preciso falar", diz. Ela conta que perdeu um irmão de apenas 47 anos para um câncer no esôfago, relacionado ao abuso do álcool. Com o luto, ela bebeu cada vez mais, tornou-se agressiva e passou a mentir para a família. Para se livrar do alcoolismo ela ressalta a importância das pessoas próximas, principalmente dos FAMILIARES. Foi com o apoio das irmãs e do marido que ela veio à primeira reunião, em 2016. "A recuperação é pior, quando solitária", comenta. Desde então, Márcia está sem beber. "Eu voltei a ter a confiança da minha família. Tens que plantar a sementinha: falar que existe a doença e grupos de apoio, onde dá certo tratar."
Outra integrante é a autônoma Cristiane, 51 anos. Ela contou que aos 17 anos começou a sair para festas. Envergonhada, bebia para ter coragem de dançar, mas a bebida alcoólica se tornou um problema. Aos 36 anos de idade, após alguns apagões de memória, percebeu os danos. Com a ajuda da mãe e de uma irmã, Cristiane passou a frequentar o grupo, o qual frequenta até hoje. Entre recaídas e momentos de sobriedade, ela frequentava as reuniões mas não se dedicava ao programa de recuperação. Em 2009, após uma discussão familiar, ela sofreu com uma bebedeira. De acordo com ela, foi a última recaída. Voltou a frequentar as reuniões, iniciou o programa de reabilitação e o trabalho voluntário. "O grupo é tudo. Se eu tenho uma casa e dois filhos formados, um adolescente crescendo, comida dentro de casa, é por causa do grupo. Se eu tô viva, é pelos Alcoólicos Anônimos. Eu dirigia bêbada, eu brigava... Hoje, dez anos depois, eu estou bem!"

Fonte: Jornal O Município - matéria de Luiz Antonello em 07/01/2020.
https://omunicipio.com.br/conheca-o-trabalho-do-alcoolicos-anonimos-que-ha-mais-de-quatro-decadas-atua-em-brusque/?fbclid=IwAR0sz8Wiiosm1ZLwK0xtUU-37VtOIdWsU9Cd_1VeMs4i3pMZI55GZDdGEJY
O alcoólatra não reconhece o seu estado, porque crê que a quantidade de álcool que ingere não o prejudica. Quando advertido, ele diz poder parar quando quiser. Quando o alcoólatra tem a humildade de reconhecer que sua vida e seus atos estão cada vez mais sendo influenciados pela bebida alcoólica, dá um grande passo para a sua liberação. Basta ter confiança em si mesmo, muita determinação, e procurar substituir os antigos hábitos por outros mais saudáveis!! VOCÊ CONSEGUE !!
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