FUNDAÇÃO DE BLUMENAU:
A região de Blumenau já era habitada por índios Kaigangs, Xoklengs também denominados Botocudos e, mesmo antes da fundação da Colônia Blumenau, já havia famílias estabelecidas na região de Belchior, nas margens do ribeirão Garcia e do rio Itajaí-Açú.
“ (...) O Dr Hermann Bruno Otto Blumenau, junto com o seu sócio Fernando Hackradt rumou para o Itajaí, onde Agostinho Alves Ramos lhe proporcionou embarcações, víveres e um guia para a exploração: o caboclo Angelo Dias, um mateiro conhecedor da região. Isso foi em princípios de janeiro de 1848.
Subiram os dois amigos o grande curso dágua, passando pelos múltiplos estabelecimentos já existentes Às suas margens, como Fazenda Flores, a Colônia Belga, do Pocinho e Belchior e de vários colonos alemães que, deixando, por volta de 1836, a Colônia São Pedro de Alcântara, se haviam fixado ali, nas terras que hoje fazem parte do município de Gaspar. Nomes como os Zimmermann, os Schramm, os Deschamps, Peter Wagner, Peter Lukas e outros”. “Esses dois últimos colonos tinham casa, grandes culturas e engenhos de açúcar no local ‘Capim Volta’, o conhecido bairro de Blumenau”. (P 33 Ferreira da Silva)
Dr. Blumenau adquiriu terras de Renato Dias entre os Gaspar Grande e o Pequeno com o objetivo de ali criar um povoado que servisse de porto para recepção dos imigrantes e ponto comercial... (p 98)
Em 1850, o filósofo alemão Dr. Hermann Bruno Otto Blumenau obteve do Governo Provincial uma área de terras de duas léguas para estabelecer uma colônia agrícola, com imigrantes europeus.
Blumenau retorna para providenciar a vinda dos primeiros colonos e Hackradt fica no local preparando os ranchos, montando um engenho de serrar, fazendo derrubadas e plantações, auxiliado por negros e colonos que já estavam no Belchior e região.
Em 2 de setembro de 1850, dezessete colonos chegaram ao local onde hoje se ergue a cidade de Blumenau.
Quando Blumenau retorna encontra uma situação desesperadora: algumas choupanas, um negro paralítico e uma preta velha; um engenho de serrar ameaçado pelas enchentes – mal localizado – nada de plantação, um pasto com oito ou dez bois carreiros. Nada pronto. Assim, nessa situação Blumenau recebeu seu sobrinho (Reinoldo Gärtner) e os 16 colonos.
“O Dr. Blumenau doou, então, parte de um terreno havido por compra a Renato Dias (1862), entre os dois ribeirões Gaspar Grande e Pequeno, para a construção da capela e dividiu o restante em lotes urbanos, vendidos a diversos colonos. Daí nasceu a cidade de Gaspar, sede do município de mesmo nome. Parte, durante muitos anos, do município de Blumenau, como seu segundo distrito de paz”. (P. 25 Ferreira da Silva)
“ (...)Trata-se da criação, pela lei 509, de 25 de abril, da Freguesia de são Pedro Apóstolo, com sede na povoação de Gaspar, a 15 quilômetros da sede da Colônia. Aquela povoação formara-se com a doação feita pelo Dr. Blumenau, do terreno onde fora erigida a matriz, para a qual o Padre Gattone, transferiu a sede da paróquia, até então na pequena capela de Belchior. O terreno doado, no alto de uma colina, fazia parte da gleba maior que o Dr. Blumenau adquirira de Renato Dias.
Muitos outros imigrantes atravessaram o Oceano Atlântico em veleiros de companhias particulares. E assim foi crescendo o número de agricultores, povoadores e cultivadores dos lotes, medidos e demarcados ao longo dos rios e ribeirões que banhavam o território da concessão.
No princípio, a Colônia era de propriedade do fundador, Dr. Blumenau. Em 1860 o Governo Imperial encampou o empreendimento e Dr. Blumenau foi mantido na direção até a elevação da colônia à categoria de município, em 1880. Em poucos anos, Dr. Blumenau, dotado de grande energia e tenacidade, fez da colônia um dos maiores empreendimentos colonizadores da América do Sul, criando um importante centro agrícola e industrial influente na economia do País.
Dr. Blumenau, aos 79 Anos.
Herança da história de sua colonização, a microrregião de Blumenau possui costumes e tradições únicos. Colonizada no início por alemães, seguidos de italianos e poloneses, também recebeu habitantes do Vale do Rio Tijucas, descendentes de portugueses. Mesmo assim, as cidades da microrregião incorporaram principalmente a cultura alemã e italiana.
A Lei nº 860, de 4 de fevereiro de 1880, elevou a colônia à categoria de município. Entretanto, em outubro, uma grande enchente causou sérios prejuízos à população e à administração pública, com a destruição de pontes e estradas. Após isso, a instalação do município só foi possível em 10 de janeiro de 1883, quando assumiu o exercício a Câmara Municipal eleita no ano anterior. Em seguida, o município recebeu o título de Comarca (1886) e, finalmente, em 1928, passou à categoria de Cidade.
Até 1934, Blumenau, em sua extensão máxima, chegou a possuir área de 10.610 km².
Em 1930, houve a partição de Rio do Sul.
Em 1935, eram desmembrados Ibirama, Timbó, Gaspar e Indaial.
Em 1936, foi a vez de Rodeio.
Em 1948, Taió e Ituporanga se separaram de Blumenau.
No início da década de 1960, uma nova onda de desmembramentos criou outros 31 novos municípios a partir de Blumenau.
Hoje, o território blumenauense se resume a 519,8 km².
Atualmente, a área urbana de Blumenau é dividida em 35 bairros, incluindo 2 distritos. São os seguintes bairros:
Margem direita do rio Itajaí-Açu: Vorstadt, Centro, Ribeirão Fresco, Garcia, Da Glória, Progresso, Valparaíso, Vila Formosa, Jardim Blumenau, Bom Retiro, Velha, Velha Central, Velha Grande, Passo Manso, Salto Weissbach, Do Salto, Escola Agrícola, Água Verde, Vila Nova, Itoupava Seca, Victor Konder, Boa Vista.
Margem esquerda do rio Itajaí-Açu: Ponta Aguda, Nova Esperança, Itoupava Norte, Fortaleza, Tribess, Fortaleza Alta, Fidélis, Salto do Norte, Badenfurt, Testo Salto, Itoupavazinha, Itoupava Central, Vila Itoupava.
O Distrito da Vila Itoupava foi criado em 1943, através da Lei Estadual nº 941, de 31/12/43, e encontra-se a 25 km do centro da cidade, na região Norte.
O Distrito do Grande Garcia, criado pela Lei Complementar nº 251, de 17/12/1999, localiza-se na região Sul da cidade, sendo formado pelos bairros Garcia, Glória, Progresso, Vila Formosa e Valparaíso.
https://www.blumenau.sc.gov.br/secretarias/secretaria-de-desenvolvimento-urbano/pagina/historia-sobre-municipio/divisa-administrativa-bairros
Pesquisa: Robson Gallassini (in memoriam)
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