Museu Arquidiocesano Dom Joaquim - MANUAL DO BRUSQUENSE.



Construído em 1907, preserva sacristias, altares, imagens e crucifixos rústicos, vias-sacras, castiçais, lampadários, lamparinas, livros (uma Bíblia impressa em 1578, por exemplo), paramentos, confessionários e oratórios, que integram o acervo de 400 peças. Há ainda instrumentos e partituras musicais, sala de armas, réplicas de móveis e utensílios dos imigrantes e um mostruário da evolução da indústria têxtil de Brusque. Destaque para o relógio que D. Pedro II doou à cidade. 

PARA VISITAR:

Terça a sexta, 8h às 12h e 13h30 às 17h; 
Sábado e domingo, 9h às 11h30 e 13h às 17h.

Praça de Azambuja, 960, Azambuja.

CONTATO PARA CONFIRMAR COMO ESTÁ ATUALMENTE:
Fone: (47) 3396-0296
www.azambuja.org.br




O prédio do Museu de Azambuja foi projetado e construído pelo Pe. Gabriel Lux que era arquiteto e veio da Alemanha em 1905,  para  dar continuidade às obras de caridade do Pe. Antonio Eising, que deixara Azambuja em 1904. A construção do prédio foi iniciada em 1905, tendo concluída em 1907, dois terços de sua obra. O prédio fora erguido por Pe. Lux para funcionar como a nova Santa Casa de Misericórdia de Nossa Senhora de Azambuja. Pois a humilde construção de madeira erguida em 1902, já não comportava mais a demanda de atendimentos cada vez maior. Em 1927, o então Arcebispo da Arquidiocese de Florianópolis Dom Joaquim Domingues de Oliveira, transferiu de Florianópolis para Azambuja o Seminário Menor, que passou a ocupar o primeiro piso e o sótão do prédio do Museu. Enquanto o Hospital funcionaria somente no piso térreo. Em 1930 é ampliada a outra parte do prédio que não fora concluída em 1907. Neste mesmo ano, estoura a famosa revolução de 1930. E o Hospital recebe muitos feridos desta violenta revolução. Dom Jaime de Barros Câmara, na época o primeiro reitor do Seminário, pedia aos pequenos seminaristas que não fizessem barulho para que os soldados feridos pudessem descansar.

Foto do prédio do Museu quando este ainda funcionava como Hospital e Seminário antes de 1930.


O Seminário de Azambuja funcionou no prédio do Museu até 1960, quando o novo prédio do Seminário ficou pronto. Um ano antes juntamente com a comissão de preparativos a comemoração do Centenário de Brusque, foi criada uma subcomissão para organizar o Museu do Centenário de Brusque, que seria o Museu de Azambuja. Pe. Raulino Reitz como presidente desta subcomissão, pede autorização ao Arcebispo Dom Joaquim Domingues de Oliveira para fundar o Museu Arquidiocesano Dom Joaquim (Museu de Azambuja). A autorização é concedida e no ano em que o seminário é transferido para suas novas instalações, o antigo prédio começa a preparar-se para tornar-se um Museu. O Museu de Azambuja é inaugurado em 03/08/1960. Muita gente não sabe mas o Museu já existia antes de 1960. Ele começou com uma generosa doação da família do Sr. Joca Brandão em 1933, ao Seminário de Azambuja em troca de um de seus filhos poderem estudar no Seminário. Este pequeno Museu servia apenas para a visitação dos alunos do Seminário, como recurso pedagógico para as aulas dos mesmos. Este acervo foi sendo enriquecido com doações de objetos científicos feitas pelo Pe. Raulino Reitz nas décadas seguintes. O Museu possui uma rica coleção de Arte Sacra, uma das mais importantes do Brasil. Possui um rico acervo de história natural, e objetos e utensílios dos primeiros imigrantes alemães e italianos e poloneses que chegaram à Brusque no final do séc. XIX.



O maior e mais completo museu de arte sacra popular do Brasil ocupa um prédio construído em 1907 e abriga em seu acervo objetos populares autênticos, imagens, crucifixos rústicos talhados por colonos, altares, vias-sacras, castiçais, lampadários, lamparinas, andores, livros (uma Bíblia impressa em l578, um missal de l751 e um breviário de l758), confessionários, oratórios, utensílios de zoologia, de mineralogia, de botânica (com um pinheiro fossilizado de 210 milhões de anos), de etnologia e de arqueologia (tudo sobre índios). Além disso, são expostos instrumentos e partituras musicais, armas, réplicas de móveis e utensílios domésticos dos imigrantes, entre outros. O Museu Arquidiocesano Dom Joaquim, apresenta um dos mais ricos acervos em exposição no Estado de Santa Catarina. São 4 mil peças aproximadamente, agrupadas em três andares.
 
ANDAR TÉRREO – HISTÓRIA NATURAL
História: No corredor encontram-se textos sobre a história do Museu.
História da Ciência: Nesta sala, temos um rico acervo de instrumentos de física e química que pertenceram ao laboratório de ciências do Seminário de Azambuja. Há também quadros com biografias de grandes matemáticos, livros antigos de álgebra, serpentes e peixes em vidros com álcool, maquetes dos sistemas solares ptolomaico, copernicano e atual. Maquetes do modelo quântico do átomo de hidrogênio, e uma maquete da teoria geral da relatividade mostrando a geometria do espaço-tempo relativístico.

Arqueologia e Paleontologia: O acervo arqueológico do Museu é composto de exemplares originários do litoral catarinense. Há peças líticas (pedras), ossos, cerâmicas, madeira, conchas e um conjunto de sambaquis. Em relação ao acervo paleontológico, o Museu possui fósseis de peixes, répteis, dinossauros, plantas e conchas do Rio Grande do Sul, Paraná e Nordeste do Brasil.

Geologia: É formada por um grande acervo de minerais, originários de diversas regiões do Brasil e inclui uma coleção de fósseis vegetais e animais, das mais variadas origens geográficas.

Zoologia: São exemplares de mamíferos, aves e répteis procedentes em sua maior parte, da fauna de Santa Catarina. Fazem parte ainda da coleção, crânios de animais, conchas, corais, ovos e peles curtidas.
Botânica: Este acervo é constituído por uma amostragem elaborada e catalogada pelo Pe. Raulino Reitz, Fundador do Museu e Botânico. Trata-se de um exemplar de cada espécime vegetal existente no Estado de Santa Catarina. Há uma amostra ao natural, uma tábua envernizada e uma tábua encerada de cada espécime.

Armaria: É composta por exemplares de armas de fogo, de pequeno e grande porte, espadas, objetos de guerra (armas, máscara de gás, capacete, etc.), usados na I e II guerras mundiais.
 
1º ANDAR - ARTE SACRA
O museu reúne peças de arte sacra proveniente de todas as regiões do território catarinense uma vez que foi a primeira instituição a demonstrar preocupação com a preservação de nossa memória religiosa. Reúne alguns exemplares do barroco brasileiro, passando pela imaginária em gesso, cera, cimento, barro, madeira e chegando à arte "primitiva" elaborada pelos santeiros das colônias catarinenses.

Coleção de Arte Barroca: O Museu possui três salas belíssimas de Arte Barroca. Várias imagens de Nossa Senhora e de Jesus Crucificado. Destacam-se também nesta coleção, uma imagem de Nossa Senhora da Piedade e uma imagem de São Benedito.

Coleção de Arte Popular: Neste andar, há quatro salas com uma importante coleção de Arte Sacra popular de Santa Catarina, produzida por imigrantes italianos como Jose Frasseto, Cezari Zanluca, Angelo Cataneo e outros.

Sala de Paramentos Litúrgicos: Nesta sala encontram-se paramentos e  pertences pessoais dos Arcebispos Dom Joaquim Domingues de Oliveira e Dom Afonso Niehues. Nesta sala encontra-se também uma coleção de objetos utilizados para a celebração da missa, tais como cálices, navetas, ostensório, castiçais.

Sala dos Papas: Nesta sala encontram-se fotos, documentos e objetos pertencentes à Papas como Pio XII, João Paulo Segundo e outros.

História de Azambuja: Nesta sala há quadros, fotos e textos narrando a história do complexo de Azambuja.
 
SÓTÃO  - COLEÇÕES
Etnologia: Os objetos desta coleção são testemunhos da cultura indígena de várias tribos catarinenses, especialmente da região litorânea e do Vale do Braço do Norte, das tribos Xokleng e Caigang. Trata-se de utensílios de trabalho, objetos religiosos e objetos de decoração do corpo, entre outros.

Casa do Imigrante (ambientes - sala, quarto e cozinha): Este acervo contém em seu conjunto objetos relacionados com o trabalho do imigrante. São ferramentas, equipamentos agrícolas e utensílios do trabalho cotidiano, das antigas colônias bem como equipamentos de uso comercial e industrial. Uma grande coleção de peças reproduzem a casa do imigrante, seus móveis, suas louças, pilões, adornos, tapetes, conjuntos de gomil e bacia, enfim, objetos concretos que levam em seu bojo a história cotidiana destes homens e mulheres que construíram o Estado de Santa Catarina. Uma história perpassada por muitas adversidade, mas também muitas esperanças, alegrias, e conquistas.

Capela do Imigrante: Nesta sala o Museu conta com diversos objetos antigos do final do século XIX e início do século XX, que levam o visitante de volta no tempo, num passeio pela história e cultura da religiosidade catarinense.

Armaria Final séc. XIX e início séc. XX: É composta por uma coleção de espadas (com brasões do Brasil Império e do Brasil República), pistolas.

Antiga Indústria Textil de Brusque: Tear caseiro, fiandeira, amostra de tecido e algodão, máquinas de costura, e vários utensílios utilizados em uma antiga alfaiataria de Brusque.

Documentos de Brusque Brasil Império: Mapas da Colônia Príncipe Dom Pedro, documento de registro de escravo.

Fotos de Brusque: Fotos de Brusque do final do séc.XIX, imigrantes italianos e alemães. Fotos comemorativas do primeiro centenário de Brusque.

Objetos História de Brusque: Medalhões da Casa do Sr. Consul Carlos Renaux, Busto do Sr. João Bauer, locas comemorativas do primeiro centenário de Brusque.

Música: Neste andar temos rádios do início do século XX, vitrolas, toca discos.
 Dom Afonso Niehues - reitor - após conhecer a opinião dos padres professores, redigiu uma carta endereçada ao Arcebispo, sugerindo o aproveitamento daquele espaço para o Museu da Arquidiocese. A sugestão, passado um tempo de amadurecimento, foi aceita e posta em prática.

O Museu Arquidiocesano Dom Joaquim teve sua origem de fato em l933, com o recebimento de uma pequena coleção particular de propriedade do Sr. Joca Brandão em troca da gratuidade dos estudos de um de seus filhos no Seminário Menor Metropolitano Nossa Senhora de Lourdes. Instalado de fato e aberto ao público em 03 de agosto de 1960, por ocasião das comemorações do primeiro Centenário de Brusque. A tônica que norteou a guarda e posterior ampliação inicial, foi entender a preservação cultural como estratégia para a valorização do SABER FAZER do homem. Associar preservação cultural ao modelo tradicional de ensino, que na sua maioria ignora os testemunhos do cotidiano do homem, foi o grande mérito de nosso patrono, Pe. Raulino Reitz, que transformou uma célula eminentemente educacional em um dos maiores museus de Santa Catarina, e único em sua especificidade museológica. Inicialmente instalado com o nome “Museu Joca Brandão”, posteriormente “Museu Arquidiocesano Joca Brandão” e hoje “Museu Arquidiocesano Dom Joaquim”, teve como objetivo “recordar a história da colonização teuto-italiana em Santa Catarina, sua época e seu ambiente”. Localizado em Azambuja, município de Brusque o Museu Arquidiocesano Dom Joaquim foi o primeiro em seu gênero e especificidade instalado no extremo sul do país, sendo ainda único

A magnitude da coleção atual, estimada em quatro mil peças, associada à monumentalidade da edificação que a abriga, faz do Museu Arquidiocesano Dom Joaquim hoje uma presença ímpar na história da preservação cultural em Santa Catarina.
Na década de 50, baseada no acordo verbal estabelecido entre o então professor do Seminário Menor Metropolitano, Pe. Raulino Reitz e o Arcebispo Metropolitano de Florianópolis Dom Joaquim Domingues de Oliveira, a Cúria Metropolitana, ao construir novas instalações para o Seminário Menor Metropolitano, permitiu que a antiga edificação construída em 1907, com a finalidade de abrigar o Hospital Arquidiocesano e posteriormente o Seminário Menor, passasse a ser utilizado para abrigar o acervo e fosse sede das instalações que o Museu já necessitava para sua maior exploração, guarda, exposição e conservação.

Em momento algum houve omissão por parte do poder eclesiástico ou por parte da comunidade, sempre engajados na trajetória do Museu. Objetivando a instalação definitiva do Museu no prédio do antigo Seminário, uma comissão foi constituída. Cabe destacar e ressaltar que a então Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (hoje IPHAN), apoiou a iniciativa destacando do Rio de Janeiro um museólogo para colaborar nos trabalhos de coleta, catalogação, pesquisa, documentação e exposição.
O Museu teve seu registro no Conselho Internacional de Museus, sendo o primeiro museu não governamental e instalado fora do eixo Rio-São Paulo-Minas Gerais a ter cadastro e registro na recém criada secção do ICOM-Brasil.
Sequencialmente, a 15 de maio de 1959, a Cúria Metropolitana expediu uma Circular, solicitando aos reverendos vigários que auxiliassem na campanha de coleta de material para o museu, especialmente para compor a Arte Sacra.
No país, a prática existente é de igrejas, capelas e ordens religiosas exporem seus acervos em pequenos museus de sacristia. O caso do Museu Arquidiocesano Dom Joaquim é o único, não havendo notícias de iniciativa desta natureza no Brasil e na região do MERCOSUL

  
Referência Bibliográfica

BESEN, J. A. Azambuja 100 anos de santuário. Brusque – SC: Ed. Do Autor, 2005.




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