PLANTAÇÕES DE TABACO - Revista CARTUM nº 145


Quando recordamos os primeiros tempos na Colônia Itajahy Brusque, percebemos que os primeiros artigos vendáveis estavam ligados à produção agrícola. As atividades estavam ligadas à agricultura, como a produção de milho, mandioca (que era transformada em farinha, pelos engenhos de farinha). Havia também a "fabricação da banha", e o beneficiamento das folhas de fumo. Sobre esta última, vale relembrar que o tabaco era produto de exportação. Só para se ter uma ideia, em "1864, tivemos 480 arrobas de tabaco em folha e  135 mil charutos [...]". De acordo com a historiadora Giralda Seyferth, os charutos eram feitos à mão depois da secagem em estufas rudimentares. O Diretor da Colônia (entre 1872 e 1875), Dr. Betim de Paes Leme, fundou a Associação Agrícola e organizou exposições anuais e o tabaco brusquense se destacou na 3ª Exposição Nacional.



Com o passar dos anos, nossa paisagem rural é tomada por estufas, o fumo foi um acelerador econômico em nossa região. Um típico dia de trabalho pode ser assim descrito: logo cedo, pelas 5 horas, era o momento de levantar, tratar os animais e tirar leite das vacas.  Depois do café, era a vez de colher as folhas, e ficar amarrando aquelas que iriam para a estufa. Na época da colheita, o trabalho podia se estender até a madrugada. Em média, eram necessários dois ou três dias para encher uma estufa, a qual era construída por pedreiros da região, e tinha a finalidade de secar o fumo. Só para se ter uma ideia, em 1960, a Companhia de Cigarros Souza Cruz, instalada em Brusque, recebia a produção dos plantadores da região. Brusque era responsável por 13% dessa produção. A chegada de agrônomos, possibilitou um avanço na agricultura da região, e um aumento significativo na plantação de milho, que seguia o calendário depois da colheita do fumo.

Pesquisa: Marlus Niebuhr.

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