CRÔNICA: "Ensinar a Gostar de Ler" - Revista CARTUM INTERATIVA nº 188.
(Por: Aldo Maes dos Anjos - autor da Revista CARTUM).
Na infância, todos passamos pelo processo da
alfabetização, quando aprendemos as letras, os fonemas, separação silábica,
acentuação e todas as regras gramaticais. É uma trabalheira danada até que,
afinal, conseguimos desenvolver o dom da leitura e, a partir disso nos tornamos
aptos a decifrar mensagens transmitidas por símbolos impressos.
Aquela sequência de letrinhas, que até então a
gente olhava e não entendia nada, passa a representar alguma mensagem. O nosso
cérebro desenvolveu uma nova habilidade com sua incrível capacidade cognitiva e
este incrível feito não pode ter sido em vão.
Vivemos em uma época em que a tecnologia ocupou
o tempo de quase todo mundo. Com certeza ela nos fornece informações úteis e
nos mantém atualizados. Mas a qualidade de boa parte da leitura virtual
disponível é rasa e superficial. Às vezes é importante abrir um livro e aprofundar-se
em uma leitura mais longa e completa, que nos absorva a atenção por completo,
sem ter dó nem piedade do tempo que está ali sendo investido.
Aquele esforço todo de ter aprendido a
decodificar símbolos impressos no jardim de infância não pode ser desperdiçado
hoje em dia, é preciso colocar este precioso conhecimento em prática! Fazer bom
uso de um livro é abrir uma janela em nosso cérebro por onde vão entrar novas
ideias, dentre as quais, algumas delas vão “passar batido” e outras vão se
encaixar exatamente naquilo que procuramos, causando mudanças providenciais em
nossa vida. Fazendo boas escolhas de leitura, as mudanças serão sempre para a
melhor.
Mas só consegue ler um livro por inteiro quem
sente um prazer incondicional com a leitura. Não se pode obrigar alguém a abrir
um livro e o ler, pois aquilo se tornaria uma tortura. É preciso despertar nas
crianças a consciência dos benefícios que a leitura proporciona e colocar boas
opções ao seu alcance, para que esta criança, por ela mesma, queira folhear e
absorver umas palavras de vez em quando. Por vontade própria, e não por obrigação.
Trata-se de uma segunda etapa na alfabetização: a primeira nos ensina a
traduzir textos impressos e a segunda nos conscientiza da importância desta
prática. Nos ensina a gostar de ler.
E, acima de tudo, o que realmente faz a
diferença para deixarmos uma geração de bons leitores para o mundo, é darmos o
nosso exemplo, lendo com frequência, a vista de todos, principalmente das
crianças, comentando o que lemos e demonstrando grande prazer com a leitura.
Para que nossos filhos vejam e copiem este valioso hábito em suas vidas. Este esforço
é por uma boa causa. Seu intelecto será beneficiado e a influência do seu
exemplo será de um imenso valor.
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