A Fundação da Cidade de Brusque. - Revista CARTUM INTERATIVA nº 150.
A Colônia Itajahy (atual cidade de Brusque) foi criada no ano de 1860, quando o Brasil ainda era uma monarquia governada pelo imperador D. Pedro II, com a capital no Rio de Janeiro. O Brasil era um país escravocrata, ou seja, utilizava a mão de obra escrava africana. Grande parte da população do país era formada por escravos e negros libertos. A economia era agroexportadora, ou seja, produziam-se produtos agrícolas para a exportação. Na Província de Santa Catarina (durante o Império, os Estados chamavam-se Províncias), havia poucos habitantes e estavam concentrados na parte litorânea, sendo as principais cidades daquela época São Francisco do Sul, Itajaí, Laguna e a capital Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis), todas localizadas no litoral e servidas de portos.
O governo imperial decidiu por povoar o sul do país através de colônias de povoamento. Assim, colônias seriam criadas e terras distribuídas aos imigrantes que escolhessem viver no Brasil e trabalhar na agricultura. Com as colônias, o governo povoaria estas terras e desenvolveria a economia agrícola. A Colônia Itajahy foi fruto desse projeto Imperial.
Na manhã do dia 24 de julho de 1860, a Belmonte, Canhoneira da Marinha de Guerra do Brasil, ancorou no porto da cidade de Nossa Senhora do Desterro, capital da Província de Santa Catarina. Ali, os imigrantes alemães que seriam instalados na Colônia Itajahy (Brusque) embarcam. Junto com eles estava o presidente da província Francisco Carlos de Araújo Brusque, acompanhado do Major João de Souza Mello Alvim, do Barão Maximiliano von Schneeburg entre outros. Seu destino era o porto da Vila do Santíssimo Sacramento do Itajaí. Depois de todos os passageiros terem embarcado, a nave de guerra levantou âncora e partiu, deixando atrás de si uma espiral de fumaça saída de sua chaminé. Depois de algumas horas de viagem a embarcação chegava à foz do rio Itajaí-Açu, porta de entrada para as Colônias Itajahy e Blumenau.
Os passageiros olhavam agora para a Vila de Itajaí, formada por algumas casas e uma igreja que podia ser avistada de dentro do barco. Major Alvim foi para terra com o propósito de providenciar hospedagem ao Presidente da Província e de sua comitiva. A Belmonte seguiu rio acima até a barra do rio Itajaí-Mirim, local em que se encontrava o armazém construído para receber os imigrantes. Mais uma etapa da viagem estava concluída.
Enquanto os imigrantes alemães descansavam alguns dias no Barracão dos Imigrantes, construído na barra do rio Itajaí-Mirim, o Barão von Schneeburg organizava os preparativos para a viagem seguinte. Procurava deixar tudo em ordem e garantir o número de canoas e canoeiros necessários para levar os imigrantes até o local onde seria instalada a nova colônia. Levaram cinco dias para chegar ao local escolhido.
Desembarcaram no dia 04 de Agosto de 1860, em propriedade de Pedro José Werner, que morava no lado direito do rio, próximo do local onde está a Sociedade Esportiva Bandeirantes, o qual possuía engenho de farinha. Ali os imigrantes passaram seus primeiros dias, enquanto os lotes eram preparados.
Já no outro dia o diretor da colônia auxiliado pelos colonos, inspecionou o local para instalação da sede da colônia. O Barão trazia consigo informações do Major João de Souza Mello e Alvim que havia indicado como local para a sede da colônia um terreno em frente ao lugar chamado Vicente Só, no outro lado do rio, por ser de fácil acesso e com menor risco de inundação. Caminharam pelo local, subiram os morros onde hoje estão as igrejas católica e protestante, verificaram a existência de algumas nascentes de água nas proximidades. Encontraram as picadas, feitas pelos agrimensores dois anos antes, fechadas pelo mato. Trataram de limpá-las e abrir novas, além de providenciar a construção de 4 barracões para servirem de alojamento aos colonos.
Pesquisa: Robson Gallassini (in memoriam)
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