BRUSQUE ONTEM "Funerais no Passado" - Revista CARTUM INTERATIVA nº 155.

 


A morte é um tema que nos causa uma série de sentimentos: medo, curiosidade, perplexidade, fé, devoção... Todos sabemos que um dia a vida tem o seu fim. Cada igreja fundada em Brusque, trazia consigo o seu cemitério. Durante o período colonial até o início do século XX quando alguém morria em Brusque, a notícia corria pela vizinhança, e o velório era feito na casa do próprio falecido, uma vez que não existia capela mortuária. O caixão era encomendado após a morte ser constatada. Geralmente, levava-se uma corda com o tamanho da pessoa até o marceneiro. Eram poucos os profissionais que aceitavam esse tipo de encomenda. As madeiras recebiam tinta preta, exceto para crianças: meninos tinham seus caixões na cor azul e meninas em rosa. O corpo ficava sobre um enchimento de cepilho revestido por tecido e decorado com rendas e flores. O velório, apesar de ser um evento triste, era um momento onde a vizinhança, parentes e amigos distantes se reuniam. Além disso, também era o momento em que luteranos e católicos deixavam suas diferenças de lado e conviviam na mesma igreja.




Até o final da década de 1930, o transporte do velório até o cemitério era feito por carroças; porém, em 1938, entra em atividade a "caleça", variação popular para caleche*. O carro funerário pertencia a Rodolfo Prunner, que sempre o guiava muito bem-vestido, seus cavalos, geralmente pretos, marchavam solenes pelas ruas de Brusque. O cortejo liderado pela caleça foi comum até o início da década de 1970, quando Prunner deixa a atividade por motivos de saúde. A caleça encontra-se exposta na Casa de Brusque.

A situação dos cemitérios no centro da cidade é tema de polêmica desde a década de 1950. Estava claro para muitos que não havia mais espaço, e que eles causavam inconvenientes por sua localização. A polêmica chega ao fim em 1970. No primeiro ano de seu governo, o prefeito José Germano Schaefer inaugura a obra do Cemitério Público de Brusque Parque da Saudade. O Santuário da Azambuja doa o terreno e os cemitérios católicos do centro (atrás da Igreja Matriz São Luiz Gonzaga) e o que havia na comunidade de Azambuja na colina em frente ao seminário (“Aterro”, onde atualmente está o campo de futebol) são transportados para a localização atual.




(pesquisa: Carlos E. Michel) “Funerais no Passado” – BESEN. Pe. José A. Monesenhor Guilherme Kleine. Disponível em: http://pebesen.wordpress.com/padres-da-igreja-catolica-em-santa-catarina/monsenhor-guilherme-kleine/ .Acesso em 30 nov. 2014.

GALLASSINI, Robson. Memória e Ritos Fúnebres em Brusque (pesquisa). Caderno Especial Jornal O Município. Edição de 27/07/2001. ASAB.

Jornal O Município. Edição de 07/08/1970. ASAB.

Jornal O Município. Edição de 24/07/1970. ASAB.

Jornal O Município. Edição de 06/11/1954. ASAB.

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