BRUSQUE ONTEM - "A Pré-História de Brusque" - Revista CARTUM INTERATIVA nº 184.
Vicente Só
Não existe uma imagem de como era o rosto de Vicente Ferreira de Mello.
Bem antes da chegada do Barão de Schneeburg, antes mesmo de Pedro Werner se estabelecer na região, residia um homem solitário, conhecido como Vicente Só!
“Nos vastíssimos terrenos que hoje abrangem os municípios de Brusque, Nova Trento, Blumenau, Belchior para cima, tudo era mata virgem: não havia nenhum habitante, a não ser os selvagens”, lembra Antônio da Costa Flores ao jornal “Novidades” (Itajaí, 23 de junho de 1907): “Quem primeiro morou no ponto em que está a sede de Brusque foi Vicente Ferreira de Mello, por apelido Vicente Só: andando a caçar, achou o lugar muito bonito e fez um rancho no alto do morro em que hoje se vê a Igreja Católica, mas não podendo continuar a viver lá, veio com a família aqui para a Coloninha, onde terminou os seus dias”.
Para o historiador Ayres Gevaerd, Vicente Só “provavelmente foi outro minerador. Sua presença, segundo as crônicas, foi o gosto pela natureza e a beleza do local em que se acha a cidade de Brusque.
Entretanto, como ninguém pode viver em eterno sonho,
contemplando as belezas naturais, ‘Vicente Só’ teria sido mais um garimpeiro
cuja frustração só viria no fim de seus dias.” Gevaerd lembra que desde 1651
contavam-se histórias da existência de ouro nas cabeceiras do rio Itajaí. Entre
os exploradores estava Salvador Pires, filho de Francisco Dias Velho Monteiro,
fundador da Vila de Desterro (atual Florianópolis).
A fundação da colônia Itajahy-Brusque ocorreu em 4 de agosto de 1860, com a chegada do barão austríaco Maximilian von Schneeburg e um grupo de 55 imigrantes alemães.
Esses imigrantes tinham descido em Desterro, capital da província, dias antes de empreenderem a sua viagem para o porto de Itajaí, a bordo da canhoneira “Belmonte”, tendo a acompanhá-los não somente o diretor da colônia (Barão de Schneeburg) como o próprio presidente da província, Dr. Araújo Brusque.
Ao chegar a Itajaí, seguiram em canoas, subindo o Rio Itajaí-Mirim para o local destinado ao estabelecimento da colônia.
Extraído do livro
“Brusque Cidade Schneeburg” de Saulo Adami.
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