CRÔNICA: "A Imensa Responsabilidade do Escritor" - Revista CARTUM INTERATIVA nº 183.

 

(Por: Aldo Maes dos Anjos - autor da Revista CARTUM).




           Eis que então bateu aquela inspiração e as palavras começaram a fluir nas ideias de alguém. Rapidamente se forma um texto rabiscado numa folha de caderno ou digitado na tela do computador, na expectativa de algum dia compartilhar com outras pessoas para que leiam e o admirem. O texto pode vir a ser publicado num livro, em um periódico, ou talvez postado na internet, atingindo muita gente, às vezes muito mais que o escritor almejou.

           Quem sabe tal composição tenha uma ideia coerente, transmitindo uma boa mensagem, que contribua na compreensão do povo em geral em relação à vida ou a outras questões, enumerando tópicos de forma divertida e inteligente, realmente acrescentando algo a quem o ler. Trata-se de uma dádiva que está sendo colocada a disposição da humanidade, até onde este texto puder atingir.

Porém, vai que o escritor esteja num dia ruim, carregado de mágoas e quem sabe até ódio, e motivado por coisas desagradáveis que tenham acontecido ele resolva anotar ideias, possivelmente instigando sentimentos inferiores e fazendo o ódio e a incompreensão proliferar entre os leitores. Pra quê? Já estamos a beira de um colapso bélico mundial. O momento é de tentar restaurar a paz entre todos. A maioria que vocifera suas chateações acaba se arrependendo de tê-lo feito quando estiver mais calmo.

           Trata-se de uma imensa responsabilidade espalhar textos pelo mundo afora. Deve-se refletir muito antes de postar ou publicar qualquer conjunto de palavras, para que o resultado seja sempre o melhor possível.

           A intenção de uma escrita vai da índole de cada escritor mas é fundamental saber que ele será o único responsável pelas consequências que uma revolta, um desabafo ou uma polêmica mal calculados possam gerar. Obras literárias plantam sementes nas mentes alheias, que vão vingar se tornando novas ideias ou ao menos influenciando um pouco aquelas que já existiam por ali. Então que esta influência seja a melhor possível.

           Vamos contribuir disseminando a paz, o amor e a reconciliação entre as pessoas. Claro que tem coisas difíceis de aceitar e que estão além do nosso controle. Mas façamos a nossa parte, dentro da missão que nos compete, de sonhar e acreditar que é possível ajudar o Criador Universal, que está lá em cima agora, sentado numa nuvem, olhando pra baixo e coçando a cabeça, observando uma civilização repleta de inveja, egoísmo, intriga e maldades em geral, em todos os âmbitos. O que fazer com a maldade humana? A única coisa que está ao nosso alcance e que tem um poder transformador é o nosso próprio exemplo. Nenhuma palavra que dissermos tentando mudar alguém vai surtir algum efeito se a pessoa não estiver procurando por essa mudança. Mas o nosso exemplo silencioso fica plantando na retina de quem o testemunhou e vai ser lembrado sempre, incentivando quem o viu a fazer o mesmo.

           As palavras escritas também possuem um efeito transformador. Pode não surtir efeito naquele momento, mas quem a leu, terá esta mensagem gravada na memória, a qual será lembrada em algum momento, quando mais se precise dela.

           Quando for escrever, pense sempre que está representando algo superior, sintonize os melhores pensamentos ao longo do processo da escrita e, se o seu texto fizer uma alma refletir, e quem sabe resolver perdoar alguém, amar o seu próximo ou deixar de sentir alguma raiva, por exemplo, o processo de anotar uma ideia já terá valido a pena.

           Bóra escrever e pacificar!

 

 

 

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