Lampiões a Álcool - Revista CARTUM INTERATIVA nº 146

 


Era fim de tarde, e a festa começaria logo. Enquanto o sol se escondia atrás das montanhas, todos aguardavam, ansiosamente, não apenas a banda iniciar, mas também os lampiões do empresário Edgar Von Buettner que funcionavam com álcool, para serem acesos. O empresário fazia a propaganda de que esses lampiões eram o que havia de mais moderno em se tratando de iluminação. Eles eram mais econômicos e brilhavam muito mais do que seus concorrentes de acetileno ou querosene. Em 1907, Brusque vivia uma discussão sobre qual seria a melhor escolha para a iluminação pública da cidade. Edgar von Buettner, com novidades que trazia de uma recente viagem à Europa, defendia que Brusque deveria substituir os poucos focos de luz, que eram movidos a querosene, por um sistema movido a álcool.



Além de Brusque, o empresário atuou em Itajaí. Naquela cidade, inclusive, instalou alguns lampiões no centro da cidade para convencer a população dos benefícios da nova iluminação. Fora os motivos práticos, Buettner defendia que os lampiões a álcool favoreceriam a agricultura nacional, que produzia a cana contra o imperialismo do querosene importado das empresas Rockfeller, dos EUA. O que Buettner não anunciava em suas propagandas é que ele era um produtor de álcool, e que conseguiria muito lucro caso Brusque ou Itajaí seguissem suas orientações. Em 1909, Itajaí firma contrato com uma empresa de iluminação do Rio de Janeiro e, em 1913, Brusque ganha sua rede elétrica por meio da iniciativa do empresário João Bauer. Buettner, que atuava com sucesso no ramo têxtil ficara para trás no ramo elétrico.

Pesquisa: Carlos Eduardo Michel.

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